sábado, 4 de junho de 2016

IMPERATIVO DA VIDA





Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Linha 200. Lição nº 02. Página 16.

De imediato, ninguém renova pessoa alguma.
O Criador imprimiu tamanha originalidade em cada um de nós que toda criatura é alguém com traços inconfundíveis.
À vista disso, em nossos grupos familiares e sociais, somos situados pela vida, uns à frente dos outros, para o trabalho de amparo recíproco, não apenas em se tratando do resgate dos débitos que remanescem de existências passadas, mas também a fim de que nos eduquemos mutuamente através de nossas relações comuns.
Nisso reside o imperativo de nos aceitarmos tais quais somos.
Indispensável amparar-nos, escorar-nos e entender-nos.
Aprendamos a reconhecer que toda que toda criatura é portadora da estrutura emocional que lhe é própria.
Se já experimentas a segurança psicológica, suscetível de suportar os lances difíceis da caminhada humana, não te esqueças de que os outros, notadamente aqueles que te cercam, nem sempre já conseguiram a resistência espiritual que te caracteriza.
Nas horas de provação, não exijas deles atitudes semelhantes às tuas.
Esse ainda não tolera agravos pessoais, sem que se lhe desajuste a sensibilidade; outro, por enquanto, não aguenta prejuízos sem molestar-se; aquele não sabe separar-se, mesmo por alguns dias, das pessoas amadas sem abater-se; e aquele outro ainda ignora como atravessar qualquer problema afetivo, sem lesar o próprio coração.
Ante os obstáculos daqueles que mais amas ou renteando as tribulações de quantos desconheces, não pronuncies palavras de condenação.
Oferece-lhes reconforto e coragem.
Exigências poderiam transformar-se neles na chaga invisível do desânimo, precursora de enfermidade ou desequilíbrio.
Efetivamente, de improviso, não conseguimos renovar ninguém; no entanto, podemos reanimar quantos caiam ou sofram, em nossos caminhos de experiência, com alguma fatia de esperança.


quarta-feira, 27 de abril de 2016

A INESPERADA RENOVAÇÃO


Pelo Espírito Meimei. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Deus Aguarda. Lição nº 04. Página 25.

Naqueles momentos em que se reconhecia desligado do corpo físico, o homem acabrunhado sentia-se leve, feliz...
Extasiado na excursão que se lhe afigurava um sonho prodigioso, alcançou o recanto luminescente em que notou a presença do Cristo...
Reverente, abeirou-se do Cristo e rogou:
- Senhor!... Ouve-me por misericórdia! Amo-te e quero servi-te...
Desde muito tempo, aspiro a matricular-me na assembleia dos que colaboram contigo na redenção das criaturas, anseio auxiliar aos outros, entretanto, Amado Amigo, estou preso, livra-me do Lar onde me vejo na condição do pássaro encarcerado, moro num ninho de aversões.
Meu pai, talvez, cansado de conflitos estéreis, relegou-nos à própria sorte, minha mãe exerce sobre nós um despotismo cruel.
Trata-nos a nós, seus filhos, à maneira dos objetos de uso particular, flagelando-nos com as exigências de pavorosa afeição possessiva, meus dois irmãos me detestam, senhoreiam indebitamente o que tenho e me humilham a cada instante, se concordo com eles, me ridicularizam e se algo reclamo, ameaçam-me com perseguição e espancamento.
Libera-me, Senhor, da Prisão que me inibe os movimentos, quero agir em teus princípios, amar e servir, qual nos ensinaste...
Ante a ligeira pausa que se fez, Jesus fitou o visitante compassivamente e alegou:
- Lembro-me de tuas solicitações anteriores...
Estavas de passagem, aqui mesmo, na direção do berço terrestre, acompanhado de amigos prestigiosos.
Declaravas-te sequioso de ação no bem e os teus companheiros endossavam-te as afirmativas.
Dizias-te ansioso no sentido de compartilhar-nos as tarefas...
Entendo-te sim, a Construção do Amor é inadiável...
- Senhor, observou o consulente, respeitoso, se entendes o meu ideal e se as minhas petições já se encontram aqui registradas, quem me situou no Lar terrível, no qual me reconheço, à feição de um Doente, atirado a um Serpentário?
O Mestre sorriu e considerou:
- Acreditando em teus propósitos de colaborar conosco, quem te enviou à família em que te encontras, fui Eu mesmo...
Surpreendido com a inesperada revelação, o visitante do mundo espiritual experimentou estranha sensação de queda e acordou no próprio corpo.
Lá fora, os irmãos deblateravam contra a vida, reportando-se a ele com injuriosas palavras.

Ele, porém, assinalou os Insultos que lhe eram endereçados com novos ouvidos, no Silêncio de quem havia conquistado o Troféu de Profunda Renovação.

terça-feira, 19 de abril de 2016

O PRIMEIRO CAPÍTULO



Pelo Espírito Irmão X (Humberto de Campos).
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Doutrina Escola. Lição nº 01. Página 13.

Allan Kardec, o respeitável professor Denizard Rivail, já havia organizado extensa porção das páginas reveladoras que constituiriam O Livro dos Espíritos.
Devotado observador, aliara inteligência e carinho, método e bom senso na formação da primeira obra que lançaria os fundamentos da Doutrina Espírita.
Não desconhecia que a sobrevivência da alma era tema empolgante no século.
Entretanto, apontamentos e experimentações, em torno do assunto, alinhavam-se desordenados e nebulosos. Os fenômenos do intercâmbio, pareciam ameaçados pela hipertrofia de espetaculosidade.
Saindo de humilde vilarejo da América do Norte, a comunicação com os Espíritos desencarnados atingira os mais cultos ambientes da Europa, originando infrutífero sensacionalismo.
Era necessário surgisse alguém com bastante coragem para extrair do labirinto a linha básica da filosofia consoladora que os fatos consubstanciavam, irrefutáveis e abundantes.
Advertido por amigos da Espiritualidade de que a ele se atribuía, em nome do Senhor, a elevada missão de codificar os princípios espíritas, destinados à mais ampla reforma religiosa, pusera mãos ao trabalho, sem cogitar de sacrifícios.
E adotando o sistema de perguntas e respostas, conseguiria vasta colheita de esclarecimento e de luz.
Guardava consigo preciosas anotações acerca da constituição geral do Universo, surpreendentes informes sobre a vida de além-túmulo e belas asserções definindo as leis morais que orientam a Humanidade.
O material esparso equivalia quase que praticamente ao livro pronto.
Contudo, era preciso estabelecer um ponto de partida.
O primeiro compêndio do Espiritismo, endereçado ao presente ao futuro, não podia prescindir de sólidos alicerces.
E, debruçado sobre a mesa de trabalho, em nevada noite do inverno de 1856, o Codificador interrogava a si mesmo: - Por onde começar?
Pelas conclusões científicas ou pelas indagações filosóficas? Seria justo desligar a Doutrina, que vinha consagrar o antigo ensinamento do Cristo, de todo e qualquer apoio da fé, na construção das bases que lhe diziam respeito?
O conhecimento humano!... - pensava ele - não se modificava o conhecimento humano todos os dias?... As ilações filosófico-científicas não eram as mesmas em todos os séculos... E valeria escravizar o Espiritismo à exaltação do cérebro, em prejuízo do sentimento?
Atormentado, via mentalmente os homens de seu tempo e de sua pátria extraviados na sombra do materialismo demolidor...
A grande revolução que pretendera entronizar os direitos do Homem ainda estava presente no ar que ele respirava. Desde 2 de Dezembro de 1851, o governo de Luis Napoleão, que retomava as linhas do Império, permitia prisões em massa, com deliberada perseguição aos elementos de todas as classes sociais que não aplaudissem os planos do poder. Muitos membros da Assembléia haviam sofrido banimento e mais de vinte mil franceses jaziam deportados, muitos deles sem qualquer razão justa. Homens dignos eram enviados a regiões inóspitas, quando não eram confiados, no cárcere, à morte lenta.
O pensamento do missionário foi mais longe...
Recordou-se de Voltaire e Rousseau, admiráveis condutores da inteligência, mas também precursores da ironia e do terror. Lembrou Condorcet, o filósofo e matemático, envenenando-se para escapar à guilhotina, e Marat, o médico e publicista, assassinado num banho de sangue, quando instigava a matança e a destruição.
Valeria a cultura da inteligência, só por si, quando, a par dos bens que espalhava, podia desmandar-se em sarcasmo arrasador e loucura furiosa?
Com o respeito que ele consagrava incondicionalmente à Ciência e à Filosofia, Kardec orou com todo o coração, suplicando a inspiração do Alto.
Erguia-se-lhe a prece comovente, quando raios de amor lhe envolveram o espírito inquieto e ele ouviu, na acústica da própria alma, vigoroso apelo íntimo: - “Não menosprezes a fé!... Não comeces a obra redentora sem a Bênção Divina!...”.

E o Codificador, nimbado de luz, com a emotividade jubilosa de quem por fim encontrara solução a terrível problema, longamente sofrido, consagrou o primeiro capítulo de O Livro dos Espíritos à existência de Deus.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

O ESSENCIAL


Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Caminho Espírita. Lição nº 43; Página 97.

O essencial não será tanto o que reténs. É o que dás de ti mesmo e a maneira como dás.
Não é o tanto o que recebes. É o que distribuis e como distribuis.
Não é o tanto o que colhes. É o que semeias e para que semeias.
Não é o tanto o que esperas. É o que realizas.
Não é o tanto o que rogas. É o que aceitas.
Não é o tanto o que reclamas. É o que suportas e como suportas.
Não é tanto o que falas. É o que sentes e como sentes.
Não é o tanto o que perguntas. É o que aprendes e para que aprendes.
Não é o tanto o que aconselhas. É o que exemplificas.
Não é tanto o que ensinas. É o que fazes e como fazes.
Em suma, na vida do espírito, - a única vida verdadeira, - o essencial não é o que parece. O essencial será sempre aquilo que é.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

SAÚDE E EQUILÍBRIO


Pelo Espírito André Luiz. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Passos da Vida. Lição nº 17. Página 59.

Para garantir saúde e equilíbrio, prometa a você mesmo:
1 - Colocar-se sob os desígnios de Deus, cada dia, através da oração, e sustentar a consciência tranquila, preservando-se contra idéias de culpa...
2 - Dar o melhor de si mesmo no que esteja fazendo...
3 - Manter coração e mente, atitude e palavra, atos e modos na inspiração constante do bem...
4 - Servir desinteressadamente aos semelhantes, quanto esteja ao alcance de suas forças...
5 - Regozijar-se com a felicidade do próximo...
6 - Esquecer conversações e opiniões de caráter negativo que haja lido ou escutado...
7 - Acrescentar pelo menos um pouco mais de alegria e esperança em toda pessoa com quem estiver em contato...
8 - Admirar as qualidades nobres daqueles com quem conviva, estimulando-os a desenvolvê-las...
9 - Olvidar motivos de queixa, sejam quais sejam...
10 - Viver trabalhando e estudando, agindo e construindo, de tal modo, no próprio burilamento e na própria corrigenda, que não se veja capaz de encontrar as falhas prováveis e os erros possíveis dos outros.


segunda-feira, 28 de março de 2016

COMECEMOS HOJE




Pelo Espírito André Luiz. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Mãos Marcadas. Lição nº 03. Página 21.

Não diga que você pratica as Lições do Evangelho, simplesmente por debater-lhe os problemas.
A palavra edificante é uma benção do Céu, mas, há sonâmbulos do verbo notável, sem serem loucos. Falam de maneira brilhante, embora dormindo. E todos podemos sofrer semelhante calamidade.
Em nosso testemunho de aplicação com Jesus, é preciso fazer algo.
Acorde, pois trabalhando.
Lembre-se de que o próximo espera por seu auxílio.
Mexa-se de algum modo, para ajudar.
Pinte, com o próprio esforço, a casa onde você mora, dando-lhe aspecto mais agradável.
Lave a louça da mesa que o serviu.
Limpe uma ferida que sangra.
Apare as unhas de um paralítico.
Guie um cego, na praça pública.
Garanta a higiene, onde você estiver.
Acomode o próprio corpo com atenção, de maneira a não incomodar o vizinho, no veículo de condução coletiva.
Carregue uma criança de colo para que essa ou aquela mãezinha fatigada descanse, por alguns minutos.
Costure para os necessitados.
Dê um café aos filhos do infortúnio.
Distribua, com alegria, as sobras da refeição.
Antes que apodreça, entregue a roupa supérflua ao companheiro andrajoso.
Reparta o pão com o menino infeliz que muitas vezes, lhe observa o conforto pela vidraça.
Plante uma árvore útil.
Enderece uma gentileza aos amigos, procurando ocultar-se.
Estenda braços fraternos, ainda mesmo por um simples momento, aos que forem surpreendidos pela enfermidade, na rua.
Adquira um comprimido balsamizante para o irmão que acuse dor de cabeça.
Faça o favor de transportar espontaneamente os pequeninos fardos que pesam nas mãos alheias.
Confie um livro nobre à circulação, no ambiente doméstico.
Ofereça uma flor ao enfermo.
Preste, com bondade, a informação que lhe solicitam.
Dê algum dinheiro, em favor das boas obras, sem a preocupação de fiscalizar.
Comecemos agora.
Não creia que o barulho de fora consiga despertar-nos. Ante a pressão externa, mais se esconde a tartaruga na carapaça. Entretanto, o ruído de nossas próprias mãos no trabalho construtivo renova-nos a mente.
Hoje, você enriquece o serviço do Senhor, com alguma coisa.
Amanhã, porém, o serviço do Senhor será tesouro crescente, em seu caminho.


sexta-feira, 25 de março de 2016

ENDEREÇOS DA CRUZ


Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Paz. Lição nº 18. Página 80.

Por ensinamento vivo e silencioso, o Cristo deixou-nos a cruz por mensagem, destinada a múltiplos endereços.
Para os que buscam elevação - oferece o traço vertical, simbolizando o caminho reto para a Vida Superior.
Para os fortes - convite ao sacrifício pessoal pela felicidade dos outros.
Para os fracos - refazimento.
Para os desvalidos - esperança.
Para os bons - chamamento ao serviço espontâneo em favor do próximo.
Para os maus - apelo à regeneração.
Para os caídos - coluna de apoio para que se levantem.
Para os ociosos - intimação muda ao trabalho.
Para os diligentes - diretriz.
Para os transviados - ponto de retorno ao rumo certo.
Para os que choram - encorajamento.
Para os enfermos - proteção.
Para os solitários - companhia.
Para os cansados - refúgio.
Para os descrentes - desafio.
Para os irresponsáveis - advertência.
Para os perseguidos - socorro.
Para os ofensores - tolerância.
Para os aflitos - reconforto.
Para os desertores - lição.
E para todas as criaturas, quaisquer que sejam, como estejam e onde estejam, a cruz oferece o traço horizontal, expressando, em qualquer tempo, a Infinita Misericórdia de Deus, sempre de braços abertos.


sábado, 6 de fevereiro de 2016

CARNAVAL: UMA FESTA ESPIRITUAL

Alegria exagerada, culto ao corpo, sexualidade, drogas, acidentes, prisões, doenças, distúrbios afetivos, perdas financeiras, homicídios, suicídios, desencarnes, abortos posteriores... Tudo isso é o carnaval!!!

Falar sobre o carnaval é necessário, pois vivemos a festividade anualmente, com data marcada: a mais comemorada e outras tantas, que se prolongam no decorrer do ano em várias regiões do país e do planeta.
O culto à carne evoca tudo o que desperta materialidade, sensualidade, paixão e gozo. O forte apelo do período que antecede, acompanha e sucede o evento ao deus Mamon guarda íntima relação com o conúbio de energias entre os dois planos da vida, o físico e o extrafísico, alimentado pelos participantes, “vivos de cá e de lá”, que se deleitam em intercâmbio de fluidos materialmente imperceptíveis à maioria dos carnavalescos encarnados.
Vivemos em constante relação de intercâmbio, conectando-nos com os que nos são afins pelos pensamentos, gostos, interesses e ações. Sem que nos apercebamos, somos acompanhados por uma “nuvem de testemunhas”, que retrata nossa situação íntima.
Todos somos livres para fazer as escolhas que julgarmos convenientes. Porém, não podemos nos esquecer de que igualmente somos responsáveis, individual ou e, também, coletivamente, pelo nosso próximo, pelas opções definidas em nossa vida. E teremos que resgatar os débitos que acumulamos, até mesmo quando incentivando a outrem aos caminhos perdidos, para o espírito em evolução.
O Espiritismo não condena o carnaval, mas, também, não estimula suas festividades, visto toda sua futilidade que não traz nenhum benéfico para o encarnado.  Nesse período são cometidos excessos de todos os graus, com abusos e desregramentos no âmbito do sexo, das drogas, da violência; exageros que extravasam desequilíbrio e possibilitam a atuação de espíritos inferiores que se locupletam com a alimentação de fluidos densos formadores de uma ambiência espiritual de baixo teor vibratório.
O Carnaval, conforme os conceitos de Bezerra de Menezes, é festa que ainda guarda vestígios da barbárie e do primitivismo que ainda reina entre os encarnados, marcado pelas paixões do prazer violento. Como nosso imperativo maior é a Lei de Evolução, um dia tudo isso, todas essas manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de inferioridade desaparecerão da Terra.
 
O espírita verdadeiro pode e deve aproveitar o feriado prolongado para estudar, trabalhar, ajudar aos outros e conectar-se com o Plano Maior da Vida em elevada festividade espiritual que nos faz bem, proporcionando real alegria e plenitude ao Espírito imortal.
Fonte:

Revista Visão Espírita

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

CULTO INDIVIDUAL DO EVANGELHO


Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Instrumentos do Tempo. Lição nº 39. Página 165.

Nem sempre encontrarás a colaboração precisa ao Culto do Evangelho no templo familiar.
Por vezes, será necessário esperar o amadurecimento dos companheiros que se mostram semelhantes à folhagem viçosa nas robustas frondes da vida, incapazes de perceber a glória da frutificação no futuro.
Ainda assim, procura a intimidade do Mestre e, sozinho embora, sintoniza-te com Ele, através da Leitura Divina.
Realmente, por agora, és parte integrante do grupo consanguíneo, mas, no fundo, és o irmão da Humanidade inteira, com obrigações de seguir para a frente.
Todos somos peregrinos da eternidade, em trânsito para a Vida Superior.
Cada situação no círculo das formas, em que experimentamos e somos experimentados, é simples posição provisória.
Lembra-te de que o dia será a inevitável arena do testemunho e, ao longo das horas, encontrarás mil alvitres diferentes.
É a cólera pretendendo insinuar-se através do teu campo emotivo.
É a dor que tentará subtrair-te o ânimo.
É a ventania das provas, buscando apagar-te a fé vacilante e humilde.
É o verbo desvairado que te visitará nas bocas alheias, concitando-te a esquecer as melhores conquistas espirituais.
É a revolta que projetará fel sobre a tua esperança.
É a insubmissão do próprio “eu” que te criará dificuldades inúmeras.
É a vaidade que te repetirá velhas fantasias acerca de tua superioridade inexistente.
É o orgulho que te apartará da fraternidade legítima.
É a preguiça que te fará acreditar no poder da enfermidade sobre a saúde e do desalento improdutivo sobre a alegria edificante
É a maldade que te inclinará a palavra ao julgamento leviano ou apressado, no intuito de arrojar-te às trevas.
Recorda semelhantes inimigos que nos desafiam constantemente, na luta sem quartel da evolução e do aperfeiçoamento, e, no culto individual da Boa Nova, grava em ti mesmo as observações do Mestre Divino, anotando-lhe os conselhos e avisos e tomando as armas da compreensão e do bem para lutar dignamente, cada dia, na abençoada conquista do futuro glorificado e sem fim.


domingo, 10 de janeiro de 2016

A ÁRVORE ÚTIL


Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Instrumentos do Tempo. Lição nº 34. Página 145.

Vão e voltam viajores.
Sucedem-se os dias ininterruptos.
A árvore útil permanece, à margem do caminho, atendendo, generosamente, aos que passam.
Mergulhando as raízes na terra, protege a fonte próxima, alentando os seres inferiores, que se arrastam no solo. Recolhendo o orvalho celeste, na fronde alta, atende aos pássaros felizes que cortam os céus.
Costuma descansar em seus braços a serpente venenosa. Na folhagem, as aves pacíficas tecem o ninho. A andorinha errante e exausta ganha força nova em seus galhos, enquanto o filhote mirrado ensaia o primeiro vôo.
O viandante repousa à sua sombra.
O botânico submete-a a estudos demorados e experiências laboriosas.
A agricultura apossa-se lhe das sementes.
Pede-lhe o enfermo a substância medicamentosa.
O faminto exige-lhe frutos.
Os jovens arrebatam-lhe as flores.
O podador reclama-lhe o fogo de inverno.
Não raro, seus ramos são conduzidos às câmaras mortuárias, onde chovem as lágrimas de dor ou aos adornos de praças festivas, onde vibram gargalhadas de ironia da multidão.
Em seu tronco respeitável, muitos servos do campo experimentam o gume afiado da foice ao deixar o rebolo.
Na ausência do homem, os animais grosseiros buscam-lhe os benefícios. A lesma percorre-lhe os galhos, o lobo goza-lhe o refúgio.
Seu trabalho, porém, não se circunscreve ao plano visível. Movimentando todas as suas possibilidades, o vegetal precioso esforça-se e respira, para que as criaturas respirem melhor, em atmosfera mais pura.
O mordomo da terra, no entanto, quase nunca lhe vê o serviço integral, não lhe conhece os sacrifícios silenciosos e jamais relaciona a totalidade das dádivas recebidas. Raramente, dá-lhe um punhado de adubo e nunca se informa, respeito à invasão dos vermes para defendê-la, convenientemente.
Conhecendo-lhe apenas o concurso econômico, ameaça-a, todos os dias, com o machado destruidor, se a colheita dos benefícios tangíveis oferece expressão menos abundante.
A árvore generosa, porém, continua produzindo e alimentando, servindo e espalhando o bem, nada esperando dos homens, mas confiando na garantia eterna de Deus.
Médiuns dedicados a Jesus, fixai a árvore útil como símbolo de vossas vidas!...
Dilacerados e perseguidos, incompreendidos e humilhados, alimentando vermes e pássaros, auxiliando viajores felizes e infelizes, continuai em vosso ministério sublime de amor não obstante a indiferença do ingrato e o escárnio da foice, convencidos de que, enquanto o machado do mundo vos ameaça, sustenta-vos, na batalha do bem, o invisível manancial da Providência Divina.


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