sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

CARTA DE ANO BOM


Casimiro Cunha - Psicografia de Chico Xavier

Entre um ano que se vai
E outro que se inicia,
Há sempre nova esperança,
Promessas de Novo Dia...
 
Considera, meu amigo,
Nesse pequeno intervalo,
Todo o tempo que perdeste
Sem saber aproveitá-lo
 
Se o ano que se passou
Foi de amargura sombria,
      Nosso Pai Nunca está pobre
     Do pão de luz da alegria.
 
Pensa que o céu não esquece
A mais ínfima criatura,
E espera resignado
O teu quinhão de ventura.
 
Considera, sobretudo
Que precisas, doravante,
Encher de luz todo o tempo
Da bênção de cada instante.
 
Sê na oficina do mundo
O mais perfeito aprendiz,
Pois somente no trabalho
Teu ano será feliz.
 
Não esperes recompensas
Dos bens da vida terrestre,
Mas, volve toda a esperança
A paz do Divino Mestre.
 
Nas lutas, nunca te esqueça
Deste conceito profundo:
O reino da luz de Cristo
Não reside neste mundo.
 
Não olhes faltas alheias,
Não julgues o teu irmão,
Vive apenas no trabalho
De tua renovação.
 
Quem se esforça de verdade
Sabe a prática do bem,
Conhece os próprios deveres
Sem censurar a ninguém.
 
Ano Novo!... Pede ao Céu
Que te proteja o trabalho,
Que te conceda na fé
O mais sublime agasalho.
 
Ano Bom!... Deus te abençoe
No esforço que te conduz
Das sombras tristes da Terra
Para as bênçãos de Jesus.

--
O Espiritismo, com efeito, é um laço fraternal que deve conduzir à prática da caridade cristã todos aqueles que o compreendam em sua essência, porque tende a fazer desaparecer os sentimentos de ódio, de inveja, e de ciúme que dividem os homens. Allan Kardec, Revista Espírita, 1858.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

NATAL DE JESUS


Vim pra ficar na tua casa.
Eu vim ao mundo, numa noite fria e eis que nasci em uma pobre manjedoura, pois não havia lugar para mim na hospedaria.

Mesmo diante das circunstâncias que o mundo me ofereceu, recebi um profundo amor de Maria e José, meus pais, que antes do meu nascimento prepararam tudo para a minha chegada.

O tempo foi passando e fui crescendo em sabedoria e humildade, e fiz a minha opção em buscar as coisas do Pai. Em virtude desta minha escolha vieram muitas coisas boas; realizei curas, milagres, prodígios, com isso muitas pessoas mudaram de vida, se converteram, passaram a crer em Deus e suas vidas se modificaram.

 Mas ao aceitar os planos do Criador em minha história, apareceram as dificuldades, tribulações e sofrimentos que me levaram a morte na Cruz. Apesar de tudo o que passei, se fosse necessário, faria tudo novamente, pois o Pai jamais me abandonou, e me ensinou que o significado do amor é amar o próximo de forma incondicional por qualquer circunstância, e é perdoando que se é perdoado, para uma vida de felicidade eterna.

E esta é minha história que se comemora todo ano. Recordando o menino que veio salvar o que estava perdido. Então deixai que eu entre em seu coração!
 
Pois,"Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, se não por mim."
(João, 14:6)
 “Se vós me amais, guardai meus julgamentos; e eu pedirei a meu Pai, e Ele vos enviará um outro consolador, afim de que permaneça eternamente convosco: o espírito de verdade” (São João, 14: 15-17 e26)
E,
“Se alguém ouvir minhas palavras e não crer, eu não o julgo, pois, não vim para julgar o mundo, mas para salvar o mundo”.

(João, 12:47)

Um Santo Natal e que Jesus e Maria de Nazaré abençoem você e sua família.
 E que venha um Ano Novo cheio de Paz, Amor e Alegria!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

CONSOLADOR PROMETIDO


Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito da Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. – Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. (João, XIV: 15 a 17 e 26.
Jesus promete outro consolador: é o Espírito da Verdade, que o mundo ainda não conhece, pois que não está suficientemente maduro para compreendê-lo, e que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para fazer lembrar o que Cristo disse. Se, pois, o Espírito da Verdade deve vir mais tarde, ensinar todas as coisas, é que o Cristo não pode dizer tudo. Se ele vem fazer lembrar o que o Cristo disse, é que o seu ensino foi esquecido ou mal compreendido.

O Espiritismo vem, no tempo assinalado, cumprir a promessa do Cristo: o Espírito da Verdade preside ao seu estabelecimento. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas, fazendo compreender o que o Cristo só disse em parábolas. O Cristo disse: “que ouçam os que têm ouvidos para ouvir”. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porque ele fala sem figuras e alegorias. Levanta o véu propositalmente lançado sobre certos mistérios, e vem, por fim, trazer uma suprema consolação aos deserdados da Terra e a todos os que sofrem, ao dar uma causa justa e um objetivo útil a todas as dores.

Disse o Cristo: “Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados”. Mas como se pode ser feliz por sofrer, se não se sabe por que se sofre?

O Espiritismo revela que a causa está nas existências anteriores e na própria destinação da Terra, onde o homem expia o seu passado. Revela também o objetivo, mostrando que os sofrimentos são como crises salutares que levam à cura, são a purificação que assegura a felicidade nas existências futuras. O homem compreende que mereceu sofrer, e acha justo o sofrimento. Sabe que esse sofrimento auxilia o seu adiantamento, e o aceita sem queixas, como o trabalhador aceita o serviço que lhe assegura o salário. O Espiritismo lhe dá uma fé inabalável no futuro, e a dúvida pungente não tem mais lugar na sua alma. Fazendo-o ver as coisas do alto, a importância das vicissitudes terrenas se perde no vasto e esplêndido horizonte que ele abarca, e a perspectiva da felicidade que o espera lhe dá a paciência, a resignação e a coragem, para ir até o fim do caminho.

Assim realiza o Espiritismo o que Jesus disse do consolador prometido: conhecimento das coisas, que faz o homem saber de onde vem, para onde vai e porque está na Terra, lembrança dos verdadeiros princípios da lei de Deus, e consolação pela fé e pela esperança
 
 
Allan Kardec,
O Evangelho Segundo o Espiritismo
 Cap. VI – O Cristo Consolador.
Ed. IDEA

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

DEIXAI VIR A MIM AS CRIANCINHAS

Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus. (Mateus, V: 8).
Então lhe apresentaram uns meninos para que os tocasse; mas os discípulos ameaçavam os que lho apresentavam. O que, vendo Jesus, levou-o muito a mal, e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham. Em verdade vos digo que todo aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele. E abraçando-os, e pondo as mãos sobre eles, os abençoava. (Marcos, X: 13-16).
A pureza de coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui todo pensamento de egoísmo e de orgulho. Eis porque Jesus toma a infância como símbolo dessa pureza, como já a tomara por símbolo de humildade.
Esta comparação poderia não parecer justa, se considerarmos que o Espírito da criança pode ser muito antigo, e que ele traz ao renascer na vida corpórea as imperfeições de que não se livrou nas existências precedentes. Somente um Espírito que chegou à perfeição poderia dar-nos o modelo da verdadeira pureza. Não obstante, ela é exata do ponto de vista da vida presente. Porque a criança, não tendo ainda podido manifestar nenhuma tendência perversa, oferece-nos a imagem da inocência e da candura. Aliás, Jesus não diz de maneira absoluta que o Reino de Deus é para elas, mas para aqueles que se lhes assemelham.
Mas se o Espírito da criança já viveu, por que não se apresenta, ao nascer, como ele é? Tudo é sábio nas obras de Deus. A criança necessita de cuidados delicados, que só a ternura materna lhe pode dispensar, e essa ternura aumenta, diante da fragilidade e da ingenuidade da criança. Para a mãe, seu filho é sempre um anjo, e é necessário que assim seja, para lhe cativar a solicitude. Ela não poderia tratá-lo com a mesma abnegação, se em vez da graça ingênua, nele encontrasse, sob os traços infantis, um caráter viril e as ideias de um adulto; e menos ainda, se conhecesse o seu passado.
É necessário, aliás, que a atividade do princípio inteligente seja proporcional à debilidade do corpo, que não poderia resistir a uma atividade excessiva do Espírito, como verificamos nas crianças precoces. É por isso que, aproximando-se a encarnação, o Espírito começa a perturbar-se e perde pouco a pouco a consciência de si mesmo. Durante certo período, ele permanece numa espécie de sono, em que todas as suas faculdades se conservam em estado latente. Esse estado transitório é necessário, para que o Espírito tenha um novo ponto de partida, e por isso o faz esquecer, na sua nova existência terrena, tudo o que lhe pudesse servir de estorvo. Seu passado, entretanto, reage sobre ele, que renasce para uma vida maior, moral e intelectualmente mais forte, sustentado e secundado pela intuição que conserva da experiência adquirida.
A partir do nascimento, suas ideias retomam gradualmente o seu desenvolvimento, acompanhando o crescimento do corpo. Pode-se assim dizer que, nos primeiros anos, o Espírito é realmente criança, pois as idéias que formam o fundo do seu caráter estão adormecidas. Durante o tempo em que os seus instintos permanecem latentes, ela é mais dócil, e por isso mesmo mais acessível às impressões que podem modificar a sua natureza e fazê-la progredir, o que facilita a tarefa dos pais.
O Espírito reveste, pois, por algum tempo, a roupagem da inocência. E Jesus está com a verdade, quando, apesar da anterioridade da alma, toma a criança como símbolo da pureza e da simplicidade.
ALLAN KARDEC - O Evangelho Segundo o Espiritismo
Cap. VIII – Itens 1 a 4


domingo, 25 de novembro de 2012

EUTANÁSIA E ESPIRITISMO


 
Um homem agoniza, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que o seu estado é sem esperanças. É permitido poupar-lhe alguns instantes de agonia, abreviando-lhe o fim?

Mas quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode Ele conduzir um homem até a beira da sepultura, para, em seguida, retirá-lo, com o fim de fazê-lo examinar-se a si mesmo e modificar-lhe os pensamentos? A que extremos tenha chegado um moribundo, ninguém pode dizer com certeza que soou a sua hora final. A ciência, por acaso, nunca se enganou nas suas previsões?

Bem sei que há casos que se podem considerar, com razão, como desesperados. Mas se não há nenhuma esperança possível de um retorno definitivo à vida e à saúde, não há também inúmeros exemplos de que, no momento do último suspiro, o doente se reanima e recobra suas faculdades por alguns instantes? Pois bem: essa hora de graça que lhe é concedida, pode ser para ele da maior importância, pois ignorais as reflexões que o seu Espírito poderia ter feito nas convulsões da agonia, e quantos tormentos podem ser poupados por um súbito clarão de arrependimento.
O materialista, que só vê o corpo, não levando em conta a existência da alma, não pode compreender essas coisas. Mas o espírita, que sabe o que se passa além-túmulo, conhece o valor do último pensamento. Aliviai os últimos sofrimentos o mais que puderdes, mas guardai-vos de abreviar a vida, mesmo que seja apenas um minuto, porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro.

SÃO LUIS

Paris, 1860


Texto retirado do “Evangelho Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec (Cap. V – Bem Aventurados os Aflitos)

domingo, 18 de novembro de 2012

ESPÍRITOS FRÍVOLOS


Os Espíritos frívolos povoam o universo fora do corpo material, tanto quanto se encontram mergulhados na carne.
Desenvolvem as suas atividades sem qualquer grau de responsabilidade.
Enxameiam nas esferas da erraticidade dando prosseguimento ao programa ao qual se afeiçoam: ignorar as nobres leis da vida, permanecendo temporariamente imanados às reminiscências do organismo somático.
Comprazem-se nas futilidades, e correspondem aos ideais humanos de menor significação com os quais mantém comércio mental.
Os Espíritos frívolos são levianos, rápidos, inconstantes, instáveis e perturbadores.
Assumem compromissos vulgares e borboleteiam insensíveis, em torno de qualquer tarefa, para logo mudarem com ignorância a respeito da verdade, conforme antes viviam.
Não assumem postura digna, porque a sua é uma vida destituída de significado.
Estabelecem balbúrdia e desordem, porque primam pelo prazer da busca dos apegos pessoais.
De palavras melífluas, agrada-lhes estabelecer regimes de separativismo elogiando a si mesmos e combatendo os outros.
Estimulam os indivíduos a eles semelhantes nos valores negativos, exaltando as expressões do ego e trabalhando contra a sua transformação moral.
Os Espíritos frívolos dão espaço a estados graves no intercâmbio de natureza mediúnica, tendo em vista as mentes ociosas que lhes preferem a convivência constante.
Deles saem os grupos de mistificadores, de intrigantes, de perversos, fazendo parte da grande quantidade dos Espíritos inferiores que ainda se encontram nas expressões primárias do processo da evolução.
Sem consciência da sua realidade, os Espíritos frívolos são um grave perigo a todo nauta espiritual que se adentra pelo oceano da mediunidade nas atividades espíritas, quando, desequipado do conhecimento, da seriedade do dever, podendo ser-lhes vítima fácil.
Por isso, o Apóstolo João, com muita seriedade, advertiu: “Meus amados, não creiais em todos os Espíritos, mas antes vede se eles veem de Deus.”
 
(De “Suave luz nas sombras”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito João Cléofas).
Enviada por: Wladimir Spinelli 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

PRECE DE GRATIDÃO


Senhor, muito obrigado, pelo que me deste, pelo que me dás!
Pelo ar, pelo pão, pela paz!
Muito obrigado, pela beleza que meus olhos veem no altar da natureza.
Olhos que contemplam o céu cor de anil, e se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil!
 
Pela minha faculdade de ver, pelos cegos eu quero interceder, por aqueles que vivem na escuridão e tropeçam na multidão, por eles eu oro e a Ti imploro comiseração, pois eu sei que depois dessa lida, numa outra vida, eles enxergarão!
 
Senhor, muito obrigado pelos ouvidos meus.
Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro, a melodia do vento nos ramos do salgueiro, a dor e as lágrimas que escorrem no rosto do mundo inteiro.
Ouvidos que ouvem a música do povo, que desce do morro na praça a cantar.
A melodia dos imortais que a gente ouve uma vez e não se esquece nunca mais.
Diante de minha capacidade de ouvir, pelos surdos eu te quero pedir, pois eu sei, que depois desta dor, no teu reino de amor, eles voltarão a ouvir!

Muito obrigado Senhor, pela minha voz!
Mas também pela voz que canta, que ensina, que consola.
Pela voz que com emoção, profere uma sentida oração!
Pela minha capacidade de falar, pelos mudos eu Te quero rogar, pois eu sei que depois desta dor, no teu reino de amor, eles também cantarão!

Muito obrigado Senhor, pelas minhas mãos, mas também pelas mãos que aram, que semeiam, que agasalham.
Mãos de caridade, de solidariedade. Mãos que apertam mãos.
Mãos de poesias, de cirurgias, de sinfonias, de psicografias, mãos que numa noite fria, cuida ou lava louça numa pia.
Mãos que a beira de uma sepultura, abraça alguém com ternura, num momento de amargura.
Mãos que no seio, agasalham o filho de um corpo alheio, sem receio.

E meus pés que me levam a caminhar, sem reclamar.
Porque eu vejo na Terra amputados, deformados, aleijados...e eu posso bailar!!...
Por eles eu oro, e a ti imploro, porque eu sei que depois dessa expiação, numa outra situação, eles também bailarão.

Por fim Senhor, muito obrigado pelo meu lar!
Pois é tão maravilhoso ter um lar...
Não importa se este lar é uma mansão, um ninho, uma casa no caminho, um bangalô, seja lá o que for!
O importante é que dentro dele exista a presença da harmonia e do amor!
O amor de mãe, de pai, de irmão, de uma companheira...
De alguém que nos dê a mão, nem que seja a presença de um cão, porque é tão doloroso viver na solidão!
Mas se eu ninguém tiver, nem um teto para me agasalhar, uma cama para eu deitar, um ombro para eu chorar, ou alguém para desabafar..., não reclamarei, não lastimarei, nem blasfemarei.

Porque eu tenho a Ti!
Então muito obrigado porque eu nasci!

E pelo teu amor, teu sacrifício, tua paixão por nós, Muito obrigado Senhor!

 


Autora: Amélia Rodrigues
Psicografia: Divaldo Franco
Enviado por: Alexandre Brito

 

domingo, 4 de novembro de 2012

NO CAMINHO DA PERFEIÇÃO

 
Recorda a sementeira de bênçãos na Terra, se desejas atingir a seara do aperfeiçoamento maior, na Espiritualidade Superior.
Não há edifício sem base, tanto quanto não existe realização sem esforço.
Lembra-te de que Jesus não nos pediu o impossível.
As lições do Divino Mestre permanecem vazadas nos quadros mais simples da natureza:
- Um grão de mostarda...
- Uma candeia sob o velador...
- Uma dracma perdida...
- Cinco pães e dois peixes...
Nas adjacências de um lago e através de barcos humildes, emoldurou, sem ouro e sem poder humano, a maior epopeia de amor universal que a Humanidade já presenciou no curso dos séculos.
Não te esqueças de que o serviço de aprimoramento deve começar nos aspectos mais insignificantes de nossa própria vida:
- Um sorriso em casa...
- Um favor espontâneo aos amigos...
- Um olhar de compreensão a quem sofre...
- Uma prece pelos adversários...
- Um gesto de fraternidade...
- O silencio diante da calúnia...
- O socorro mudo aos enfermos...
- A caridade de uma boa palavra em auxílio aos ausentes.
Não procures a perfeição pela virtude postiça.
Ninguém pode começar a construção de uma casa pelo telhado.
Somos seres humanos, encarnados e desencarnados, com as nossas raízes ainda presas a terra, mãe admirável de nosso desenvolvimento através dos milênios.
Não pretendas voar sem asas.

Entretanto, se ainda não somos anjos, podemos ser companheiros da bondade fiel.

Tanto quanto possível, começa hoje o ministério da boa vontade para com todos, a partir do teu santuário doméstico, e amanhã conseguirás abençoado equilíbrio em mais amplos degraus no caminho ascensional da evolução.

Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro Reconforto.
Ed. G.E.E.M.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A OBSESSÃO


 
Até hoje a obsessão não é combatida com a eficiência que merece. E parece-nos bastante estranho, por ser, talvez, a doença mais antiga da Humanidade, em relação a outras tantas prejudiciais.
Basta que nos recordemos que, em todos os períodos do pensamento histórico, a obsessão e suas sequelas se têm apresentado ceifando a saúde física e mental dos indivíduos.
Terrivelmente ignorada, ou simplesmente desconsiderada, vem prosseguindo no seu triste fanal de vencer todos aqueles que lhe tombam nas malhas coercitivas.
A obsessão somente ocorre em razão do comportamento irregular de quem se desvia do roteiro do bem fazer, criando animosidades e gerando revides.
Certamente, haverá muitas antipatias gratuitas entre as pessoas, que resultam de preferências psicológicas, de identificações ou reações afetivas. Os dardos atirados pelas mentes agressivas e inamistosas são inevitáveis para aqueles contra quem são dirigidos.
No entanto, a conexão somente se dará por identidade de sintonia, por afeição à afinidade em que se manifestam.
Por esse motivo, a obsessão sempre resulta das defecções morais do Espírito em relação ao seu próximo, e desse, infeliz e tresvariado, que não se permite desculpar e dar novas chances a quem lhe haja prejudicado.
Não ignoramos aqueles que têm gênese nas invejas, nas perseguições aos idealistas de trabalhadores do Bem, mas que também somente se instalam se houver tomada psíquica naquele que se lhes torna objeto de perseguição.
O indivíduo que ama a retidão de princípios e os executa firmado em propósitos de elevação moral, mesmo quando fustigado pela pertinácia dos irmãos desajustados e perversos de ambos os planos da vida, não se deixa afetar, permanecendo nas disposições abraçadas, fiel ao programa abraçado.
Pode experimentar alguma aflição, como é natural, mas robustece-se na oração, no prazer do serviço que realiza, nas leituras edificantes, na consciência pacificada. Simultaneamente, torna-se amparado pelos Espíritos nobres, seus afeiçoados desencarnados, aqueles que foram beneficiados por sua bondade fraternal, que acorrem a protegê-lo e sustentá-lo nas atividades que lhe dizem respeito.
Jamais se curvam sob as forças tenebrosas do mal aqueles que se entregam a Deus, a Jesus e ao Bem, nas fileiras do dever a que se apegam.
 

Manoel Philomeno de Miranda
Livro: “Tormentos da Obsessão”
Psicografia de Divaldo P. Franco


domingo, 21 de outubro de 2012

OS ANJOS DA GUARDA

Os Espíritos tutelares encontram-se em to­das as esferas. Os anjos da sublime vigilância, analisados em sua excelsitude divina, seguem-nos a longa estrada evolutiva. Des­velam-se por nós, dentro das Leis que nos regem, todavia, não podemos esquecer que nos movimen­tamos todos em círculos multidimensionais. A cadeia de ascensão do espírito vai da intimidade do abismo à suprema glória celeste.

Será justo lembrar que estamos plasmando nossa individualidade imperecível no espaço e no tempo, ao preço de continuadas e difíceis experiên­cias. A idéia de um ente divinizado e perfeito, invariavelmente ao nosso lado, ao dispor de nossos caprichos ou ao sabor de nossas dívidas, não con­corda com a Justiça. Que governo terrestre desta­caria um de seus ministros mais sábios e especia­lizados na garantia do bem de todos para colar-se, indefinidamente, ao destino de um só homem, qua­se sempre renitente cultor de complicados enigmas e necessitado, por isso mesmo, das mais severas lições da vida? Porque haveria de obrigar-se um arcanjo a descer da Luz Eterna para seguir, passo a passo, um homem deliberadamente egoísta ou preguiçoso? Tudo exige lógica, bom-senso.

Anjo, segundo a acepção justa do termo, é mensageiro. Ora, há mensageiros de todas as condições e de todas as procedências e, por isso, a antigüidade sempre admitiu a existência de anjos bons e anjos maus.

Anjo de guarda, desde as con­cepções religiosas mais antigas, é uma expressão que define o Espírito celeste que vigia a criatura em nome de Deus ou pessoa que se devota infini­tamente a outra, ajudando-a e defendendo-a.

Em qualquer região, convivem conosco os Espíritos fa­miliares de nossa vida e de nossa luta. Dos seres mais embrutecidos aos mais sublimados, temos a corrente de amor, cujos elos podemos simbolizar nas almas que se querem ou que se afinam umas com as outras, dentro da infinita gradação do pro­gresso. A família espiritual é uma constelação de Inteligências, cujos membros estão na Terra e nos Céus. Aquele que já pode ver mais um pouco au­xilia a visão daquele que ainda se encontra em luta por desvencilhar-se da própria cegueira. Todos nós, por mais baixo nos revelemos na escala da evolução, possuímos, não longe de nós, alguém que nos ama a impelir-nos para a elevação. Isso pode­mos verificar nos círculos da matéria mais densa. Temos constantemente corações que nos devotam estima e se consagram ao nosso bem. De todas as afeições terrestres, salientemos, para exemplificar, a devoção das mães. O espírito maternal é uma espécie de anjo ou mensageiro, embora muita vez circunscrito ao cárcere de férreo egoísmo, na custó­dia dos filhos. Além das mães, cujo amor padece muitas deficiências, quando confrontado com os princípios essenciais da fraternidade e da justiça, temos afetos e simpatias dos mais envolventes, capazes dos mais altos sacrifícios por nós, não obstante condicionados a objetivos por vezes egoís­ticos. Não podemos olvidar, porém, que o admi­rável altruísmo de amanhã começa na afetividade estreita de hoje, como a árvore parte do embrião.

Todas as criaturas, individualmente, contam com louváveis devotamentos de entidades afins que se lhes afeiçoam. A orfandade real não existe. Em nome do Amor, todas as almas recebem assistên­cia onde quer que se encontrem.

Irmãos mais ve­lhos ajudam os mais novos. Mestres inspiram dis­cípulos. Pais socorrem os filhos. Amigos ligam-se a amigos. Companheiros auxiliam companheiros.

Isso ocorre em todos os planos da Natureza e, fatalmente, na Terra, entre os que ainda vivem na carne e os que já atravessaram o escuro passadiço da morte. Os gregos sabiam disso e recorriam aos seus gênios invisíveis. Os romanos compreendiam essa verdade e cultuavam os numes domésticos.

O gênio guardião será sempre um Espírito benfazejo para o protegido, mas é imperioso anotar que os laços afetivos, em torno de nós, ainda se encon­tram em marcha ascendente para mais altos níveis da vida. Com toda a veneração que lhes devemos, importa reconhecer, nos Espíritos familiares que nos protegem, grandes e respeitáveis heróis do bem, mas ainda singularmente distanciados da an­gelitude eterna.

Naturalmente, avançam em linhas enobrecidas, em planos elevados, todavia, ainda sen­tem inclinações e paixões particulares, no rumo da universalização de sentimentos. Por esse mo­tivo, com muita propriedade, nas diversas escolas religiosas, escutamos a intuição popular asseve­rando: - “nossos anjos de guarda não combinam entre si”, ou, ainda, “façamos uma oração aos an­jos de guarda”, reconhecendo-se, instintivamente, que os gênios familiares de nossa intimidade ainda se encontram no campo de afinidades específicas, e precisam, por vezes, de apelos à natureza superior para atenderem a esse ou àquele gênero de serviço.


Texto retirado do livro “Entre a Terra e o Céu” (André Luiz / Chico Xavier)
 Cap. 33 - (Aprendizado)

 

sábado, 13 de outubro de 2012

NÃO VALORIZE A DOR

Imagem do artista plástico Alcemir Rodrigues dos Santos
 
Quanto mais andamos, quanto mais observamos o mundo,
percebemos que todos, sem exceção, tem problemas na vida.
É aquele parente difícil ou intolerante,
é o emprego que não satisfaz as expectativas,
o dinheiro que sempre pede cuidados,
seja pela falta , seja pelo excesso,
a saúde, ora frágil e delicada,
aquela amizade, as vezes difícil e complicada...

Todos nós temos problemas, maiores ou menores.
Em cada lugar, em cada país, em cada família,
eles se apresentam de forma diferente.
O que não muda é a importância que damos a eles.

Para nós, como não poderia deixar de ser,
os nossos problemas são sempre os maiores,
os mais difíceis, os mais angustiantes.

Para a criança que agora quer os doces
que a mãe colocou lá em cima do armário mais alto,
a vida apresenta um grande problema,
e dos seus olhinhos saem lágrimas...

Para a menina ou menino que acabou de sofrer
a primeira grande decepção com o amor,
a vida parece que não tem mais sentido.
E nessa idade, tudo parece maior ainda,
até a espinha que mal percebemos...

Sofrer não é ato condicional da vida.
Não é necessário viver uma vida de dor para ser feliz.
Alias, este é um conceito que trazemos na alma.
Há filosofias que ensinam que só a dor purifica.
Há histórias e estórias de mártires, santos e líderes,
que valorizamos pela dor que eles viveram.

Não valorize a dor!
Valorize apenas a experiência da dor.
Não queira dar mais força para a dor.
Antes, pergunte para si mesmo:
- O que será que a vida quer me ensinar com essa dor?

Se for apendicite, melhor não filosofar muito e correr para o Hospital.
Mas, se for uma dor provocada por uma "perda",
uma dor emocional, podemos e devemos sim, refletir.

Com certeza você encontrará mais respostas na experiência da dor
que na experiência maravilhosa do amor.
Por isso recordamos mais facilmente os momentos de tragédia,
que os momentos de plena felicidade.

Pare, pense, analise e busque a porta da saída.
Não fique procurando culpados pela sua dor.
Procure a solução e seja objetivo.

A Vida oferece mil portas.
Escolha uma e siga determinado para a vitória pessoal.
A vida não é feita só de dor, pelo contrário, viver é um ato de amor.
 
De: Paulo Roberto Gaefke
Enviado por: Robson Beltrão

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