Pelo Espírito Meimei.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Deus Aguarda.
Lição nº 04. Página 25.
Naqueles momentos em
que se reconhecia desligado do corpo físico, o homem acabrunhado sentia-se
leve, feliz...
Extasiado na excursão
que se lhe afigurava um sonho prodigioso, alcançou o recanto luminescente em
que notou a presença do Cristo...
Reverente, abeirou-se
do Cristo e rogou:
- Senhor!... Ouve-me
por misericórdia! Amo-te e quero servi-te...
Desde muito tempo, aspiro
a matricular-me na assembleia dos que colaboram contigo na redenção das
criaturas, anseio auxiliar aos outros, entretanto, Amado Amigo, estou preso,
livra-me do Lar onde me vejo na condição do pássaro encarcerado, moro num ninho
de aversões.
Meu pai, talvez,
cansado de conflitos estéreis, relegou-nos à própria sorte, minha mãe exerce
sobre nós um despotismo cruel.
Trata-nos a nós, seus
filhos, à maneira dos objetos de uso particular, flagelando-nos com as
exigências de pavorosa afeição possessiva, meus dois irmãos me detestam,
senhoreiam indebitamente o que tenho e me humilham a cada instante, se concordo
com eles, me ridicularizam e se algo reclamo, ameaçam-me com perseguição e
espancamento.
Libera-me, Senhor, da
Prisão que me inibe os movimentos, quero agir em teus princípios, amar e
servir, qual nos ensinaste...
Ante a ligeira pausa
que se fez, Jesus fitou o visitante compassivamente e alegou:
- Lembro-me de tuas
solicitações anteriores...
Estavas de passagem,
aqui mesmo, na direção do berço terrestre, acompanhado de amigos prestigiosos.
Declaravas-te
sequioso de ação no bem e os teus companheiros endossavam-te as afirmativas.
Dizias-te ansioso no
sentido de compartilhar-nos as tarefas...
Entendo-te sim, a
Construção do Amor é inadiável...
- Senhor, observou o
consulente, respeitoso, se entendes o meu ideal e se as minhas petições já se
encontram aqui registradas, quem me situou no Lar terrível, no qual me
reconheço, à feição de um Doente, atirado a um Serpentário?
O Mestre sorriu e
considerou:
- Acreditando em teus
propósitos de colaborar conosco, quem te enviou à família em que te encontras,
fui Eu mesmo...
Surpreendido com a
inesperada revelação, o visitante do mundo espiritual experimentou estranha
sensação de queda e acordou no próprio corpo.
Lá fora, os irmãos
deblateravam contra a vida, reportando-se a ele com injuriosas palavras.
Ele, porém, assinalou
os Insultos que lhe eram endereçados com novos ouvidos, no Silêncio de quem
havia conquistado o Troféu de Profunda Renovação.
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