Pelo Espírito
Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Instrumentos
do Tempo. Lição nº 34. Página 145.
Sucedem-se os dias
ininterruptos.
A árvore útil
permanece, à margem do caminho, atendendo, generosamente, aos que passam.
Mergulhando as raízes
na terra, protege a fonte próxima, alentando os seres inferiores, que se
arrastam no solo. Recolhendo o orvalho celeste, na fronde alta, atende aos
pássaros felizes que cortam os céus.
Costuma descansar em
seus braços a serpente venenosa. Na folhagem, as aves pacíficas tecem o ninho.
A andorinha errante e exausta ganha força nova em seus galhos, enquanto o
filhote mirrado ensaia o primeiro vôo.
O viandante repousa à
sua sombra.
O botânico submete-a
a estudos demorados e experiências laboriosas.
A agricultura
apossa-se lhe das sementes.
Pede-lhe o enfermo a
substância medicamentosa.
O faminto exige-lhe
frutos.
Os jovens
arrebatam-lhe as flores.
O podador reclama-lhe
o fogo de inverno.
Não raro, seus ramos
são conduzidos às câmaras mortuárias, onde chovem as lágrimas de dor ou aos
adornos de praças festivas, onde vibram gargalhadas de ironia da multidão.
Em seu tronco
respeitável, muitos servos do campo experimentam o gume afiado da foice ao
deixar o rebolo.
Na ausência do homem,
os animais grosseiros buscam-lhe os benefícios. A lesma percorre-lhe os galhos,
o lobo goza-lhe o refúgio.
Seu trabalho, porém,
não se circunscreve ao plano visível. Movimentando todas as suas
possibilidades, o vegetal precioso esforça-se e respira, para que as criaturas
respirem melhor, em atmosfera mais pura.
O mordomo da terra,
no entanto, quase nunca lhe vê o serviço integral, não lhe conhece os
sacrifícios silenciosos e jamais relaciona a totalidade das dádivas recebidas.
Raramente, dá-lhe um punhado de adubo e nunca se informa, respeito à invasão
dos vermes para defendê-la, convenientemente.
Conhecendo-lhe apenas
o concurso econômico, ameaça-a, todos os dias, com o machado destruidor, se a
colheita dos benefícios tangíveis oferece expressão menos abundante.
A árvore generosa,
porém, continua produzindo e alimentando, servindo e espalhando o bem, nada
esperando dos homens, mas confiando na garantia eterna de Deus.
Médiuns dedicados a
Jesus, fixai a árvore útil como símbolo de vossas vidas!...
Dilacerados e
perseguidos, incompreendidos e humilhados, alimentando vermes e pássaros,
auxiliando viajores felizes e infelizes, continuai em vosso ministério sublime
de amor não obstante a indiferença do ingrato e o escárnio da foice,
convencidos de que, enquanto o machado do mundo vos ameaça, sustenta-vos, na
batalha do bem, o invisível manancial da Providência Divina.
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