Pelo
Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro:
Instrumentos do Tempo. Lição nº 38. Página 161.
O culto
do Evangelho no lar não é uma inovação.
É uma
necessidade em toda parte, onde o Cristianismo lance raízes de aperfeiçoamento
e sublimação.
A Boa
Nova seguiu da Manjedoura para as praças públicas e avançou da casa humilde de
Simão Pedro para a glorificação no Pentecostes.
A
palavra do Senhor soou, primeiramente, sob o teto simples de Nazaré e, certo,
se fará ouvir, de novo, por nosso intermédio, antes de tudo, no círculo dos
nossos familiares e afeiçoados, com os quais devemos atender às obrigações que
nos competem no tempo.
Quando
o ensinamento do Mestre vibre entre as quatro paredes de um templo doméstico,
os pequeninos sacrifícios tecem a felicidade comum.
A
observação impensada é ouvida sem revolta.
A
calunia é isolada no algodão do silêncio.
A
enfermidade é recebida com calma.
O erro
alheio encontra compaixão.
A
maldade não encontra brechas para insinuar-se.
E aí,
dentro desse paraíso que alguns já estão edificando, a benefício deles e dos
outros, o estímulo é um cântico de solidariedade incessante; a bondade é uma
fonte inexaurível de paz e entendimento; a gentileza é inspiração de todas as
horas; o sorriso é a sombra de cada um e a palavra permanece revestida de luz,
vinculada ao amor que o Amigo Celeste nos legou.
Somente
depois da experiência evangélica do lar, o coração está realmente habilitado
para distribuir o pão divino da Boa Nova, junto da multidão, embora devamos o
esclarecimento amigo e o conselho santificante aos companheiros da romagem
humana em todas as circunstâncias.
Não
olvidemos, assim, os impositivos da aplicação com o Cristo, no santuário
familiar, onde nos cabe o exemplo de paciência, compreensão, fraternidade,
serviço, fé e bom ânimo, sob o reinado legitimo do amor, porque, estudando a
Palavra do Céu em quatro Evangelhos, que constituem o Testamento da Luz, somos
cada um de nós, o Quinto Evangelho inacabado, mas vivo e atuante, que estamos
escrevendo com os próprios testemunhos, a fim de que a nossa vida seja uma
revelação de Jesus, aberta ao olhar e à apreciação de todos, sem necessidade de
utilizarmos muitas palavras na advertência ou na pregação.
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