Pelo
Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro:
Coletânea do Além. Lição nº 70. Página 154.
As
comemorações do Natal conduzem-nos o entendimento à Eterna Lição de Humildade
de Jesus, no momento preciso em que a sua mensagem de amor felicitou o coração
das criaturas, fazendo-nos sentir, ainda, o sabor de atualidade dos seus
divinos ensinamentos.
A
Manjedoura foi o Caminho.
A
Exemplificação era a Verdade.
O
Calvário constituía a Vida.
Sem o
Caminho, o homem terrestre não atingirá os tesouros da Verdade e da Vida.
É por
isso que, emaranhados no cipoal da ambição menos digna, os povos modernos,
perdendo o roteiro da simplicidade cristã, desgarram-se da estrada que os
conduziria à evolução definitiva, com o Evangelho do Senhor.
Sem
ele, que constitui o transunto de todas as ciências espirituais, perderam-se as
criaturas humanas, nos desfiladeiros escabrosos da impiedade.
Debalde,
invoca-se o prestígio das religiões numerosas, que se afastaram da Religião
Única, que é a Verdade ou a Exemplificação com o Cristo.
Com as
doutrinas da Índia, mesmo no seio de suas filosofias mais avançadas, vemos os
párias miseráveis morrendo de fome, à porta suntuosa dos pagodes de ouro das
castas privilegiadas.
Com o
budismo e com o sintoísmo, temos o Japão e a China mergulhados num oceano de
metralha e de sangue.
Com o
alcorão e com o judaísmo, temos as nefandas disputas da Palestina.
Com o
catolicismo, que mais de perto deveria representar o pensamento evangélico, na
civilização ocidental, vemos basílicas suntuosas e frias, onde já se
extinguiram quase todas as luzes da fé. Aí dentro, com os requintes da ciência
sem consciência e do raciocínio sem coração, assistimos as guerras absurdas da
conquista pela força, identificamos o veneno das doutrinas extremistas e
perversoras, verificamos a onda pesada de sangue fratricida, nas revoluções
injustificáveis, e anotamos a revivescência das perseguições inquisitórias da
Idade Média, com as mais sombrias perspectivas de destruição.
Um
sopro de morte atira ao mundo atual supremo cartel de desafio.
Não
obstante o progresso material sente a alma humana que sinistros vaticínios lhe
pesam sobre a fronte.
É que a
tempestade de amargura na dolorosa transição do momento significa que o homem
se mantém muito distante da Verdade e da Vida.
As
lembranças do Natal, porém, na sua simplicidade, indicam à Terra o caminho da
Manjedoura...
Sem
ele, os povos do mundo não alcançarão as fontes regeneradoras da fraternidade e
da paz.
Sem
ele, tudo serão perturbação e sofrimento nas almas, presas no turbilhão das
trevas angustiosas, porque essa estrada providencial para os corações humanos é
ainda o Caminho Esquecido da Humildade.
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