segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

CULTO INDIVIDUAL DO EVANGELHO


Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Instrumentos do Tempo. Lição nº 39. Página 165.

Nem sempre encontrarás a colaboração precisa ao Culto do Evangelho no templo familiar.
Por vezes, será necessário esperar o amadurecimento dos companheiros que se mostram semelhantes à folhagem viçosa nas robustas frondes da vida, incapazes de perceber a glória da frutificação no futuro.
Ainda assim, procura a intimidade do Mestre e, sozinho embora, sintoniza-te com Ele, através da Leitura Divina.
Realmente, por agora, és parte integrante do grupo consanguíneo, mas, no fundo, és o irmão da Humanidade inteira, com obrigações de seguir para a frente.
Todos somos peregrinos da eternidade, em trânsito para a Vida Superior.
Cada situação no círculo das formas, em que experimentamos e somos experimentados, é simples posição provisória.
Lembra-te de que o dia será a inevitável arena do testemunho e, ao longo das horas, encontrarás mil alvitres diferentes.
É a cólera pretendendo insinuar-se através do teu campo emotivo.
É a dor que tentará subtrair-te o ânimo.
É a ventania das provas, buscando apagar-te a fé vacilante e humilde.
É o verbo desvairado que te visitará nas bocas alheias, concitando-te a esquecer as melhores conquistas espirituais.
É a revolta que projetará fel sobre a tua esperança.
É a insubmissão do próprio “eu” que te criará dificuldades inúmeras.
É a vaidade que te repetirá velhas fantasias acerca de tua superioridade inexistente.
É o orgulho que te apartará da fraternidade legítima.
É a preguiça que te fará acreditar no poder da enfermidade sobre a saúde e do desalento improdutivo sobre a alegria edificante
É a maldade que te inclinará a palavra ao julgamento leviano ou apressado, no intuito de arrojar-te às trevas.
Recorda semelhantes inimigos que nos desafiam constantemente, na luta sem quartel da evolução e do aperfeiçoamento, e, no culto individual da Boa Nova, grava em ti mesmo as observações do Mestre Divino, anotando-lhe os conselhos e avisos e tomando as armas da compreensão e do bem para lutar dignamente, cada dia, na abençoada conquista do futuro glorificado e sem fim.


domingo, 10 de janeiro de 2016

A ÁRVORE ÚTIL


Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Instrumentos do Tempo. Lição nº 34. Página 145.

Vão e voltam viajores.
Sucedem-se os dias ininterruptos.
A árvore útil permanece, à margem do caminho, atendendo, generosamente, aos que passam.
Mergulhando as raízes na terra, protege a fonte próxima, alentando os seres inferiores, que se arrastam no solo. Recolhendo o orvalho celeste, na fronde alta, atende aos pássaros felizes que cortam os céus.
Costuma descansar em seus braços a serpente venenosa. Na folhagem, as aves pacíficas tecem o ninho. A andorinha errante e exausta ganha força nova em seus galhos, enquanto o filhote mirrado ensaia o primeiro vôo.
O viandante repousa à sua sombra.
O botânico submete-a a estudos demorados e experiências laboriosas.
A agricultura apossa-se lhe das sementes.
Pede-lhe o enfermo a substância medicamentosa.
O faminto exige-lhe frutos.
Os jovens arrebatam-lhe as flores.
O podador reclama-lhe o fogo de inverno.
Não raro, seus ramos são conduzidos às câmaras mortuárias, onde chovem as lágrimas de dor ou aos adornos de praças festivas, onde vibram gargalhadas de ironia da multidão.
Em seu tronco respeitável, muitos servos do campo experimentam o gume afiado da foice ao deixar o rebolo.
Na ausência do homem, os animais grosseiros buscam-lhe os benefícios. A lesma percorre-lhe os galhos, o lobo goza-lhe o refúgio.
Seu trabalho, porém, não se circunscreve ao plano visível. Movimentando todas as suas possibilidades, o vegetal precioso esforça-se e respira, para que as criaturas respirem melhor, em atmosfera mais pura.
O mordomo da terra, no entanto, quase nunca lhe vê o serviço integral, não lhe conhece os sacrifícios silenciosos e jamais relaciona a totalidade das dádivas recebidas. Raramente, dá-lhe um punhado de adubo e nunca se informa, respeito à invasão dos vermes para defendê-la, convenientemente.
Conhecendo-lhe apenas o concurso econômico, ameaça-a, todos os dias, com o machado destruidor, se a colheita dos benefícios tangíveis oferece expressão menos abundante.
A árvore generosa, porém, continua produzindo e alimentando, servindo e espalhando o bem, nada esperando dos homens, mas confiando na garantia eterna de Deus.
Médiuns dedicados a Jesus, fixai a árvore útil como símbolo de vossas vidas!...
Dilacerados e perseguidos, incompreendidos e humilhados, alimentando vermes e pássaros, auxiliando viajores felizes e infelizes, continuai em vosso ministério sublime de amor não obstante a indiferença do ingrato e o escárnio da foice, convencidos de que, enquanto o machado do mundo vos ameaça, sustenta-vos, na batalha do bem, o invisível manancial da Providência Divina.


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

CULTO CRISTÃO NO LAR


Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Instrumentos do Tempo. Lição nº 38. Página 161.

O culto do Evangelho no lar não é uma inovação.
É uma necessidade em toda parte, onde o Cristianismo lance raízes de aperfeiçoamento e sublimação.
A Boa Nova seguiu da Manjedoura para as praças públicas e avançou da casa humilde de Simão Pedro para a glorificação no Pentecostes.
A palavra do Senhor soou, primeiramente, sob o teto simples de Nazaré e, certo, se fará ouvir, de novo, por nosso intermédio, antes de tudo, no círculo dos nossos familiares e afeiçoados, com os quais devemos atender às obrigações que nos competem no tempo.
Quando o ensinamento do Mestre vibre entre as quatro paredes de um templo doméstico, os pequeninos sacrifícios tecem a felicidade comum.
A observação impensada é ouvida sem revolta.
A calunia é isolada no algodão do silêncio.
A enfermidade é recebida com calma.
O erro alheio encontra compaixão.
A maldade não encontra brechas para insinuar-se.
E aí, dentro desse paraíso que alguns já estão edificando, a benefício deles e dos outros, o estímulo é um cântico de solidariedade incessante; a bondade é uma fonte inexaurível de paz e entendimento; a gentileza é inspiração de todas as horas; o sorriso é a sombra de cada um e a palavra permanece revestida de luz, vinculada ao amor que o Amigo Celeste nos legou.
Somente depois da experiência evangélica do lar, o coração está realmente habilitado para distribuir o pão divino da Boa Nova, junto da multidão, embora devamos o esclarecimento amigo e o conselho santificante aos companheiros da romagem humana em todas as circunstâncias.

Não olvidemos, assim, os impositivos da aplicação com o Cristo, no santuário familiar, onde nos cabe o exemplo de paciência, compreensão, fraternidade, serviço, fé e bom ânimo, sob o reinado legitimo do amor, porque, estudando a Palavra do Céu em quatro Evangelhos, que constituem o Testamento da Luz, somos cada um de nós, o Quinto Evangelho inacabado, mas vivo e atuante, que estamos escrevendo com os próprios testemunhos, a fim de que a nossa vida seja uma revelação de Jesus, aberta ao olhar e à apreciação de todos, sem necessidade de utilizarmos muitas palavras na advertência ou na pregação.
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