Em plena vida espiritual, além do
caminho estreito da carne, sempre realizamos o inventário de nossas aquisições
no mundo.
Em semelhantes ocasiões,
invariavelmente nos escandalizamos à frente de nós mesmos e rogamos, então, à
Divina Providência a graça do retorno à matéria mais densa, sem as vantagens
terrestres que nos serviram de perda.
É por isso que renascemos no mundo com
singulares inibições congeniais.
Aqui é um cego que pediu a medicação da
sombra para curar antigos desvarios da visão.
Ali, é um surdo que solicitou o
silêncio nos ouvidos, como benção de reajuste da própria alma.
Mais além, somos defrontados pelo
leproso que implorou do Céu a vestimenta de feridas e aflições como remédio
purificador da personalidade transviada do verdadeiro bem.
Mais adiante, encontramos o aleijado de
nascença, que suplicou a mutilação natural por serviço valioso de
autocorrigenda.
Doenças e amarguras, dificuldades e
dores são meios de que nos valemos para a justa reparação de nossa vida, em nós
ou fora de nós.
Atendamos ao aviso do Evangelho, no
passo em que nos adverte o Senhor: - “Caminhai, enquanto tendes luz”.
Enquanto se vos concede no mundo a
felicidade da permanência no corpo físico - templo de formação das nossas asas
espirituais para a vida eterna - não procureis o escândalo, a distância de
vosso círculo individual!
Escandalizemo-nos conosco, quando a
nossa conduta estiver contrária aos princípios superiores que abraçamos.
Estranhemos nossos pensamentos, nossas
palavras e nossos atos, quando não se afinem com o Mestre da Cruz, cujo modelo
procuramos, e, assim, amanhã não teremos a lamentar maiores faltas, alcançando
a vitória sobre nós mesmos, em paz com a nossa própria consciência, em plena
Vida Imperecível que nos espera ante o Mestre Senhor.
Pelo Espírito
Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Família. Lição
nº 26. Página 158.
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