segunda-feira, 14 de abril de 2014

LETREIROS VIVOS


Nas faixas mínimas da sua experiência cotidiana surge o roteiro humano que você representa para os outros.

Os traços do semblante pintam-lhe o clima interior.

Os seus objetos de uso pessoal compõem o edifício da sua simplicidade.

A ordem dos seus afazeres indica-lhe o grau de disciplina.

O cumprimento das suas obrigações denuncia-lhe o valor da palavra empenhada.

O teor da amizade dos seus vizinhos, para com a sua pessoa, qualifica a sua capacidade de se fazer entendido.

O diapasão da sua palestra dá o tom da sua altura íntima.

A segurança da sua opinião traduz a firmeza dos seus ideais.

Os tecidos que lhe envolvem o corpo configuram-lhe o senso de naturalidade.

As iguarias da sua mesa revelam-lhe o papel do estômago no mundo moral.

A natureza do cuidado com o seu físico falam francamente de suas possíveis relações com a vaidade.

O seu presente diz, para todos, o que você foi no passado e o que você será no porvir, com reduzidas possibilidades de erro.

A uniformidade entre o movimento das suas ideias, dos seus conceitos e das suas ações disseca, à vista de todos, a fibra da sua vontade.

Todas as criaturas que lhe partilham a existência leem incessantemente os letreiros vivos que lhe estabelecem a verdadeira identidade nos panoramas da vida, respondendo-lhe as mensagens inarticuladas com aversão ou simpatia, contentamento ou desagrado, conforme a sua plantação de bem ou mal.

 

Pelo Espírito André Luiz. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: O Espírito da Verdade. Lição nº 76. Página 174.

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