quarta-feira, 23 de abril de 2014

SEJA VOLUNTÁRIO!!!


Seja voluntário na evangelização infantil. Não aguarde convite para contribuir em favor da Boa Nova no coração das crianças. Auxilie a plantação do futuro.
Seja voluntário no Culto do Evangelho. Não espere a participação de todos os companheiros do lar para iniciá-lo. Se preciso, faça-o sozinho.
Seja voluntário no templo espírita. Não aguarde ser eleito diretor para cooperar. Colabore sem impor condições, em algum setor, hoje mesmo.
Seja voluntário no estudo edificante. Não espere que os outros lhe chamem a atenção. Estude por conta própria.
Seja voluntário na mediunidade. Não aguarde o desenvolvimento mediúnico, sistematicamente sentado à mesa de sessões. Procure a convivência dos Espíritos Superiores, amparando os infelizes.
Seja voluntário na assistência social. Não espere que lhe venham puxar o paletó, rogando auxílio. Busque os irmãos necessitados e ajude como puder.
           Seja voluntário na propaganda libertadora. Não aguarde riqueza para divulgar os princípios da fé. Dissemine, desde já, livros e publicações doutrinárias.
Seja voluntário na imprensa espírita. Não espere de braços cruzados a cobrança da assinatura. Envie o seu concurso, ainda que modesto, dentro das suas possibilidades.
Sim, meu amigo. Não se sinta realizado.
Cultive espontaneidade nas tarefas do bem.
“A sementeira, é grande e os trabalhadores são poucos.”
Vivemos os tempos da renovação fundamental.
Atravessemos, portanto, em serviço, o limiar da Era do Espírito!
Ressoam os clarins da convocação geral para as fileiras do Espiritismo.
Há mobilização de todos.
Cada qual pode servir a seu modo.
Aliste-se enquanto você se encontra válido.
Assuma iniciativa própria.
Apresente-se em alguma frente de atividade renovadora e sirva sem descansar.
Quase sempre, espírita sem serviço é alma a caminho de tenebrosos labirintos do umbral.
Seja voluntário na Seara de Jesus, Nosso Mestre e Senhor!

Pelo Espírito Cairbar Schutel. Psicografia de Chico Xavier.
Livro: O Espírito da Verdade. Lição nº 58. Página 140.

 

quinta-feira, 17 de abril de 2014

A ÚLTIMA TENTAÇÃO


 
Dizem que Jesus, na hora extrema, começou a procurar os discípulos, no seio da agitada multidão que lhe cercava o madeiro, em busca de algum olhar amigo em que pudesse reconfortar o espírito atribulado...

Contemplou, em silêncio, a turba enfurecida.

Fustigado pelas vibrações de ódio e crueldade, qual se devera morrer, sedento e em chagas, sob um montão de espinhos, começou a lembrar os afeiçoados e seguidores da véspera...

Onde estariam seus laços amorosos da Galiléia?...

Recordou o primeiro contato com os pescadores do lago e chorou.

A saudade amargurava-lhe o coração.

Por que motivo Simão Pedro fora tão frágil? que fizera ele, Jesus, para merecer a negação do companheiro a quem mais se confiara?

Que razões teriam levado Judas a esquecê-lo? Como entregara, assim, ao preço de míseras moedas, o coração que o amava tanto?

Onde se refugiara Tiago, em cuja presença tanto se comprazia?

Sentiu profunda saudade de Filipe e Bartolomeu, e desejou escutá-los?

Rememorou suas conversações com Mateus e refletiu quão doce seria poder abraçar o inteligente funcionário de Cafarnaum, de encontro ao peito...

De reminiscência em reminiscência, teve fome da ternura e da confiança das criancinhas galiléias que lhe ouviam a palavra, deslumbradas e felizes, mas os meninos simples e humildes que o amavam perdiam-se, agora, a distância...

Recordou Zebedeu e suspirou por acolher-se-lhe à casa singela.

João, o amigo abnegado, achava-se ali mesmo, em terrível desapontamento, mas precisava socorro para sustentar Maria, a angustiada Mãe, ao pé da cruz.

O Mestre desejava alguém que o ajudasse, de perto, em cujo carinho conseguisse encontrar um apoio e uma esperança...

Foi quando viu levantar-se, dentre a multidão desvairada e cega, alguém que ele, de pronto, reconheceu.

Era o mesmo Espírito perverso que o tentara no deserto, no pináculo do templo e no cimo do monte.

O Gênio da Sombra, de rosto enigmático, abeirou-se dele e murmurou:

- Amaldiçoa os teus amigos ingratos e dar-lhe-ei o reino do mundo! Proclama a fraqueza dos teus irmãos de ideal, a fim de que a justiça te reconheça a grandeza angélica e descerás, triunfante, da cruz!... Dize que os teus amigos são covardes e duros, impassíveis e traidores e unir-te-ei aos poderosos da Terra para que domines todas as consciências. Tu sabes que, diante de Deus, eles não passam de míseros desertores...

Jesus escutou, com expressiva mudez, mas o pranto manou-lhe mais intensamente do olhar translúcido.

- Sim - pensava -, Pedro negara-o, mas não por maldade. A fragilidade do apóstolo podia ser comparada à ternura de uma oliveira nascente que, com os dias, se transforma no tronco robusto e nobre, a desafiar a implacável visita dos anos. Judas entregara-o, mas não por má-fé. Iludira-se com a política farisaica e julgava poder substituí-lo com vantagem nos negócios do povo.

Encontrou, no imo d’alma, a necessária justificação para todos e parecia esforçar-se por dizer o que lhe subia do coração.

Ansioso o Espírito das Trevas aguardava-lhe a pronúncia, mas o Cordeiro de Deus, fixando os olhos no céu inflamado de luz, rogou em tom inesquecível:

- Perdoa-lhes, Pai! Eles não sabem o que fazem!...

O Príncipe das Sombras retirou-se apressado.

Nesse instante, porém, ao invés de deter-se na contemplação de Jerusalém dominada de impiedade e loucura, o Senhor notou que o firmamento rasgara-se, de alto a baixo, e viu que os anjos iam e vinham, tecendo de estrelas e flores o caminho que o conduziria ao Trono Celeste.

Uma paz indefinível e soberana estampara-se-lhe no semblante.

O Mestre vencera a última tentação e seguiria, agora, radiante e vitorioso, para a claridade sublime da ressurreição



Pelo Espírito Irmão X (Humberto de Campos). Psicografia de Francisco Cândido Xavier.Livro: Contos e Apólogos. Lição nº 26. Página 113.

 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

LETREIROS VIVOS


Nas faixas mínimas da sua experiência cotidiana surge o roteiro humano que você representa para os outros.

Os traços do semblante pintam-lhe o clima interior.

Os seus objetos de uso pessoal compõem o edifício da sua simplicidade.

A ordem dos seus afazeres indica-lhe o grau de disciplina.

O cumprimento das suas obrigações denuncia-lhe o valor da palavra empenhada.

O teor da amizade dos seus vizinhos, para com a sua pessoa, qualifica a sua capacidade de se fazer entendido.

O diapasão da sua palestra dá o tom da sua altura íntima.

A segurança da sua opinião traduz a firmeza dos seus ideais.

Os tecidos que lhe envolvem o corpo configuram-lhe o senso de naturalidade.

As iguarias da sua mesa revelam-lhe o papel do estômago no mundo moral.

A natureza do cuidado com o seu físico falam francamente de suas possíveis relações com a vaidade.

O seu presente diz, para todos, o que você foi no passado e o que você será no porvir, com reduzidas possibilidades de erro.

A uniformidade entre o movimento das suas ideias, dos seus conceitos e das suas ações disseca, à vista de todos, a fibra da sua vontade.

Todas as criaturas que lhe partilham a existência leem incessantemente os letreiros vivos que lhe estabelecem a verdadeira identidade nos panoramas da vida, respondendo-lhe as mensagens inarticuladas com aversão ou simpatia, contentamento ou desagrado, conforme a sua plantação de bem ou mal.

 

Pelo Espírito André Luiz. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: O Espírito da Verdade. Lição nº 76. Página 174.
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