“Cada qual levará a sua
própria carga”. Paulo. (Gálatas, 6:5).
Quando a ilusão te fizer sentir o peso do
próprio sofrimento, como sendo excessivo e injusto, recorde que não segues
sozinho no grande roteiro.
Cada qual tolera a carga que lhe é própria.
Fardos existem de todos os tamanhos e de
todos os feitios:
A responsabilidade do legislador.
A tortura do sacerdote.
A expectativa do coração materno.
A indigência do enfermo desamparado.
O pavor da criança sem ninguém.
As chagas do corpo abatido.
Aprenda a entender o serviço e a luta dos
semelhantes para que não te suponhas vítima ou herói num campo onde todos somos
irmãos uns dos outros, mutuamente identificados pelas mesmas dificuldades,
pelas mesmas dores e pelos mesmos sonhos.
Suporta o fardo de tuas obrigações
valorosamente e caminha.
Do acervo de pedra bruta nasce o ouro puro.
Do cascalho pesado emerge o diamante.
Do fardo que transportamos de boa vontade
procedem as lições de que necessitamos para a vida maior.
Dirás, talvez impulsivamente: “É o ímpio
vitorioso, o mau coroado de respeito, e o gozador indiferente? Carregarão, por
ventura, alguma carga nos ombros?”.
Responderemos, no entanto, que provavelmente,
viverão sob encargos mais pesados que os nossos, de vez que a impunidade não
existe.
Se o suor te alaga a fronte e se a lágrima te
visita o coração, é que a tua carga já se faz menos densa, convertendo-se,
gradativamente, em luz para a sua ascensão.
Ainda que não possas marchar livremente com o
teu fardo, avança com ele para a frente, mesmo que seja um milímetro por dia...
Lembra-te do madeiro afrontoso que dobrou os
ombros doridos do Mestre.
Sob os braços duros do lenho infamante,
jaziam ocultas asas divinas da ressurreição para a divina imortalidade.
Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de
Francisco Cândido Xavier
Livro
“Cartas do Coração”.
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