segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A OBSESSÃO


 
Até hoje a obsessão não é combatida com a eficiência que merece. E parece-nos bastante estranho, por ser, talvez, a doença mais antiga da Humanidade, em relação a outras tantas prejudiciais.
Basta que nos recordemos que, em todos os períodos do pensamento histórico, a obsessão e suas sequelas se têm apresentado ceifando a saúde física e mental dos indivíduos.
Terrivelmente ignorada, ou simplesmente desconsiderada, vem prosseguindo no seu triste fanal de vencer todos aqueles que lhe tombam nas malhas coercitivas.
A obsessão somente ocorre em razão do comportamento irregular de quem se desvia do roteiro do bem fazer, criando animosidades e gerando revides.
Certamente, haverá muitas antipatias gratuitas entre as pessoas, que resultam de preferências psicológicas, de identificações ou reações afetivas. Os dardos atirados pelas mentes agressivas e inamistosas são inevitáveis para aqueles contra quem são dirigidos.
No entanto, a conexão somente se dará por identidade de sintonia, por afeição à afinidade em que se manifestam.
Por esse motivo, a obsessão sempre resulta das defecções morais do Espírito em relação ao seu próximo, e desse, infeliz e tresvariado, que não se permite desculpar e dar novas chances a quem lhe haja prejudicado.
Não ignoramos aqueles que têm gênese nas invejas, nas perseguições aos idealistas de trabalhadores do Bem, mas que também somente se instalam se houver tomada psíquica naquele que se lhes torna objeto de perseguição.
O indivíduo que ama a retidão de princípios e os executa firmado em propósitos de elevação moral, mesmo quando fustigado pela pertinácia dos irmãos desajustados e perversos de ambos os planos da vida, não se deixa afetar, permanecendo nas disposições abraçadas, fiel ao programa abraçado.
Pode experimentar alguma aflição, como é natural, mas robustece-se na oração, no prazer do serviço que realiza, nas leituras edificantes, na consciência pacificada. Simultaneamente, torna-se amparado pelos Espíritos nobres, seus afeiçoados desencarnados, aqueles que foram beneficiados por sua bondade fraternal, que acorrem a protegê-lo e sustentá-lo nas atividades que lhe dizem respeito.
Jamais se curvam sob as forças tenebrosas do mal aqueles que se entregam a Deus, a Jesus e ao Bem, nas fileiras do dever a que se apegam.
 

Manoel Philomeno de Miranda
Livro: “Tormentos da Obsessão”
Psicografia de Divaldo P. Franco


domingo, 21 de outubro de 2012

OS ANJOS DA GUARDA

Os Espíritos tutelares encontram-se em to­das as esferas. Os anjos da sublime vigilância, analisados em sua excelsitude divina, seguem-nos a longa estrada evolutiva. Des­velam-se por nós, dentro das Leis que nos regem, todavia, não podemos esquecer que nos movimen­tamos todos em círculos multidimensionais. A cadeia de ascensão do espírito vai da intimidade do abismo à suprema glória celeste.

Será justo lembrar que estamos plasmando nossa individualidade imperecível no espaço e no tempo, ao preço de continuadas e difíceis experiên­cias. A idéia de um ente divinizado e perfeito, invariavelmente ao nosso lado, ao dispor de nossos caprichos ou ao sabor de nossas dívidas, não con­corda com a Justiça. Que governo terrestre desta­caria um de seus ministros mais sábios e especia­lizados na garantia do bem de todos para colar-se, indefinidamente, ao destino de um só homem, qua­se sempre renitente cultor de complicados enigmas e necessitado, por isso mesmo, das mais severas lições da vida? Porque haveria de obrigar-se um arcanjo a descer da Luz Eterna para seguir, passo a passo, um homem deliberadamente egoísta ou preguiçoso? Tudo exige lógica, bom-senso.

Anjo, segundo a acepção justa do termo, é mensageiro. Ora, há mensageiros de todas as condições e de todas as procedências e, por isso, a antigüidade sempre admitiu a existência de anjos bons e anjos maus.

Anjo de guarda, desde as con­cepções religiosas mais antigas, é uma expressão que define o Espírito celeste que vigia a criatura em nome de Deus ou pessoa que se devota infini­tamente a outra, ajudando-a e defendendo-a.

Em qualquer região, convivem conosco os Espíritos fa­miliares de nossa vida e de nossa luta. Dos seres mais embrutecidos aos mais sublimados, temos a corrente de amor, cujos elos podemos simbolizar nas almas que se querem ou que se afinam umas com as outras, dentro da infinita gradação do pro­gresso. A família espiritual é uma constelação de Inteligências, cujos membros estão na Terra e nos Céus. Aquele que já pode ver mais um pouco au­xilia a visão daquele que ainda se encontra em luta por desvencilhar-se da própria cegueira. Todos nós, por mais baixo nos revelemos na escala da evolução, possuímos, não longe de nós, alguém que nos ama a impelir-nos para a elevação. Isso pode­mos verificar nos círculos da matéria mais densa. Temos constantemente corações que nos devotam estima e se consagram ao nosso bem. De todas as afeições terrestres, salientemos, para exemplificar, a devoção das mães. O espírito maternal é uma espécie de anjo ou mensageiro, embora muita vez circunscrito ao cárcere de férreo egoísmo, na custó­dia dos filhos. Além das mães, cujo amor padece muitas deficiências, quando confrontado com os princípios essenciais da fraternidade e da justiça, temos afetos e simpatias dos mais envolventes, capazes dos mais altos sacrifícios por nós, não obstante condicionados a objetivos por vezes egoís­ticos. Não podemos olvidar, porém, que o admi­rável altruísmo de amanhã começa na afetividade estreita de hoje, como a árvore parte do embrião.

Todas as criaturas, individualmente, contam com louváveis devotamentos de entidades afins que se lhes afeiçoam. A orfandade real não existe. Em nome do Amor, todas as almas recebem assistên­cia onde quer que se encontrem.

Irmãos mais ve­lhos ajudam os mais novos. Mestres inspiram dis­cípulos. Pais socorrem os filhos. Amigos ligam-se a amigos. Companheiros auxiliam companheiros.

Isso ocorre em todos os planos da Natureza e, fatalmente, na Terra, entre os que ainda vivem na carne e os que já atravessaram o escuro passadiço da morte. Os gregos sabiam disso e recorriam aos seus gênios invisíveis. Os romanos compreendiam essa verdade e cultuavam os numes domésticos.

O gênio guardião será sempre um Espírito benfazejo para o protegido, mas é imperioso anotar que os laços afetivos, em torno de nós, ainda se encon­tram em marcha ascendente para mais altos níveis da vida. Com toda a veneração que lhes devemos, importa reconhecer, nos Espíritos familiares que nos protegem, grandes e respeitáveis heróis do bem, mas ainda singularmente distanciados da an­gelitude eterna.

Naturalmente, avançam em linhas enobrecidas, em planos elevados, todavia, ainda sen­tem inclinações e paixões particulares, no rumo da universalização de sentimentos. Por esse mo­tivo, com muita propriedade, nas diversas escolas religiosas, escutamos a intuição popular asseve­rando: - “nossos anjos de guarda não combinam entre si”, ou, ainda, “façamos uma oração aos an­jos de guarda”, reconhecendo-se, instintivamente, que os gênios familiares de nossa intimidade ainda se encontram no campo de afinidades específicas, e precisam, por vezes, de apelos à natureza superior para atenderem a esse ou àquele gênero de serviço.


Texto retirado do livro “Entre a Terra e o Céu” (André Luiz / Chico Xavier)
 Cap. 33 - (Aprendizado)

 

sábado, 13 de outubro de 2012

NÃO VALORIZE A DOR

Imagem do artista plástico Alcemir Rodrigues dos Santos
 
Quanto mais andamos, quanto mais observamos o mundo,
percebemos que todos, sem exceção, tem problemas na vida.
É aquele parente difícil ou intolerante,
é o emprego que não satisfaz as expectativas,
o dinheiro que sempre pede cuidados,
seja pela falta , seja pelo excesso,
a saúde, ora frágil e delicada,
aquela amizade, as vezes difícil e complicada...

Todos nós temos problemas, maiores ou menores.
Em cada lugar, em cada país, em cada família,
eles se apresentam de forma diferente.
O que não muda é a importância que damos a eles.

Para nós, como não poderia deixar de ser,
os nossos problemas são sempre os maiores,
os mais difíceis, os mais angustiantes.

Para a criança que agora quer os doces
que a mãe colocou lá em cima do armário mais alto,
a vida apresenta um grande problema,
e dos seus olhinhos saem lágrimas...

Para a menina ou menino que acabou de sofrer
a primeira grande decepção com o amor,
a vida parece que não tem mais sentido.
E nessa idade, tudo parece maior ainda,
até a espinha que mal percebemos...

Sofrer não é ato condicional da vida.
Não é necessário viver uma vida de dor para ser feliz.
Alias, este é um conceito que trazemos na alma.
Há filosofias que ensinam que só a dor purifica.
Há histórias e estórias de mártires, santos e líderes,
que valorizamos pela dor que eles viveram.

Não valorize a dor!
Valorize apenas a experiência da dor.
Não queira dar mais força para a dor.
Antes, pergunte para si mesmo:
- O que será que a vida quer me ensinar com essa dor?

Se for apendicite, melhor não filosofar muito e correr para o Hospital.
Mas, se for uma dor provocada por uma "perda",
uma dor emocional, podemos e devemos sim, refletir.

Com certeza você encontrará mais respostas na experiência da dor
que na experiência maravilhosa do amor.
Por isso recordamos mais facilmente os momentos de tragédia,
que os momentos de plena felicidade.

Pare, pense, analise e busque a porta da saída.
Não fique procurando culpados pela sua dor.
Procure a solução e seja objetivo.

A Vida oferece mil portas.
Escolha uma e siga determinado para a vitória pessoal.
A vida não é feita só de dor, pelo contrário, viver é um ato de amor.
 
De: Paulo Roberto Gaefke
Enviado por: Robson Beltrão


domingo, 7 de outubro de 2012

A BENEFICÊNCIA

 
 
A beneficência, meus amigos, dar-vos-á nesse mundo os mais puros e suaves deleites, as alegrias do coração, que nem o remorso, nem a indiferença perturbam. Oh! pudésseis compreender tudo o que de grande e de agradável encerra a generosidade das almas belas, sentimento que faz olhe a criatura as outras como olha a si mesma, e se dispa, jubilosa, para vestir o seu irmão! Pudésseis, meus amigos, ter por única ocupação tornar felizes os outros! Quais as festas mundanas que podereis comparar às que celebrais quando, como representantes da Divindade, levais a alegria a essas famílias que da vida apenas conhecem as vicissitudes e as amarguras, quando vedes nelas os semblantes macerados refulgirem subitamente de esperança, porque, faltos de pão, os desgraçados ouviam seus filhinhos, ignorantes de que viver é sofrer, gritando repetidamente, a chorar, estas palavras, que, como agudo punhal, se lhes enterravam nos corações maternos: "Estou com fome!..." Oh! compreendei quão deliciosas são as impressões que recebe aquele que vê renascer a alegria onde, um momento antes, só havia desespero!
Compreendei as obrigações que tendes para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio; ide em socorro, sobretudo, das misérias ocultas, por serem as mais dolorosas! Ide, meus bem-amados, e tende em mente estas palavras do Salvador: "Quando vestirdes a um destes pequeninos, lembrai-vos de que é a mim que o fazeis!"
Caridade! sublime palavra que sintetiza todas as virtudes, és tu que hás de conduzir os povos à felicidade. Praticando-te, criarão eles para si infinitos gozos no futuro e, enquanto se acharem exilados na Terra, tu lhes serás a consolação, o prelibar das alegrias de que fruirão mais tarde, quando se encontrarem reunidos no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divina, que me proporcionaste os únicos momentos de satisfação de que gozei na Terra. Que os meus irmãos encarnados creiam na palavra do amigo que lhes fala, dizendo-lhes: E na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida. Oh! quando estiverdes a ponto de acusar a Deus, lançai um olhar para baixo de vós; vede que de misérias a aliviar, que de pobres crianças sem família, que de velhos sem qualquer mão amiga que os ampare e lhes feche os olhos quando a morte os reclame! Quanto bem a fazer! Oh! não vos queixeis; ao contrário, agradecei a Deus e prodigalizai a mancheias a vossa simpatia, o vosso amor, o vosso dinheiro por todos os que, deserdados dos bens desse mundo, enlanguescem na dor e no insulamento! Colhereis nesse mundo bem doces alegrias e, mais tarde... só Deus o sabe!... Adolfo, bispo de Argel. (Bordéus, 1861.)
 
Evangelho Segundo o Espiritismo
Cap. XIII
Editora IDE
 


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O TRABALHO DE CADA UM

 
Poderíamos destacar aqui histórias que trazem um profundo ensinamento moral para nos fazer refletir sobre gratidão, generosidade e, principalmente, a importância do trabalho na doutrina espírita.
No entanto, digo que, por mais humilde e obscuro que seja, cada um de nós tem um papel muito importante no Mundo.
Aparentemente, outros são mais importantes, contribuem mais, têm tarefas maiores. APARENTEMENTE.Todos são muito importantes!
Para Deus, todo esforço é válido, todo trabalho é digno, todo trabalhador merece recompensa.
A medida do Mundo não é a medida Divina.
É que Deus, que conhece a nossa alma, sabe avaliar com exatidão o nosso esforço, capacidade e talentos.
Ele sabe que o que é simples e fácil para um, pode exigir muito de outro.
O trabalho é um meio pelo qual o ser humano progride.
Se Deus tivesse liberado o homem do trabalho físico, seus membros seriam atrofiados; se o livrasse do trabalho intelectual, seu espírito permaneceria na infância, nas condições instintivas do animal. Eis porque Ele fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Busca e acharás; trabalha e produzirás; e dessa maneira serás filho das tuas obras, terás o mérito da sua realização, e serás recompensado segundo o que tiveres feito (ALLAN KARDEC, ESE -1857)
E Deus, que também vê no silêncio e na solidão, acolhe e ama cada trabalhador pequenino neste Mundo tão vasto.
Que cada um de nós, trabalhadores incessante da doutrina espírita, possa continuar a realizar este trabalho com o imenso amor do Divino Jesus!
 
Muita Paz!

Texto adaptado pelo autor
Fonte: Evangelho Segundo o Espiritismo

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