A chegada do homem à lua em 1969
Na infância da Humanidade, o homem só aplica a sua
inteligência na procura de alimentos, dos meios de se preservar das intempéries
e de se defender dos inimigos. Mas Deus lhe deu, a mais do que ao animal, o desejo constante de melhorar,
ou seja, essa aspiração do melhor, que o impele à pesquisa dos meios de
melhorar a sua situação, levando-o às descobertas, às invenções, ao
aperfeiçoamento da ciência, pois é a ciência que lhe proporciona o que lhe
falta. Graças às suas pesquisas, sua inteligência se desenvolve, sua moral se
depura. Às necessidades do corpo sucedem as necessidades do espírito: após o
alimento material, ele necessita do alimento espiritual. É assim que o homem
passa da selvageria à civilização.
Mas o progresso que cada
homem realiza individualmente, durante a vida terrena, é coisa insignificante
e, num grande número deles, até mesmo imperceptível. Como, então, a Humanidade
poderia progredir, sem a preexistência e a reexistência
da alma?
Se as almas deixassem a
Terra todos os dias, para não mais voltar, a Humanidade se renovaria sem cessar
com as entidades primitivas, que teriam tudo a fazer e tudo a aprender. Não
haveria razão, portanto, para que o homem de hoje fosse mais adiantado que o dos
primeiros tempos do mundo, pois que, para cada nascimento, o trabalho
intelectual teria de recomeçar. A alma voltando, ao contrário, com o seu
progresso já realizado, e adquirindo de cada vez alguma experiência a mais, vai
assim passando gradualmente da barbárie à civilização
material, e desta à civilização
moral.
Se Deus tivesse liberado o
homem do trabalho físico, seus membros seriam atrofiados; se o livrasse do
trabalho intelectual, seu espírito permaneceria na infância, nas condições
instintivas do animal. Eis porque Ele fez do trabalho uma necessidade e lhe
disse: Busca e acharás;
trabalha e produzirás; e dessa maneira serás filho das tuas obras,
terás o mérito da sua realização, e serás recompensado segundo o que tiveres
feito.
É em virtude da aplicação
desse princípio que os Espíritos não vêm poupar ao homem o seu trabalho de
pesquisar, trazendo-lhe descobertas e invenções já feitas e prontas para a
utilização, de maneira a só ter que tomá-las nas mãos, sem sequer o incômodo de
um pequeno esforço, nem mesmo de pensar. Se assim fosse, o mais preguiçoso
poderia enriquecer-se, e o mais ignorante tornar-se sábio, ambos sem nenhum
esforço, e atribuindo-se o mérito do que não haviam feito. Não, os Espíritos não vêm livrar o homem da
lei do trabalho, mas mostrar-lhe o alvo que deve atingir e a rota que leva a
ele, dizendo: “Marcha e o atingirás! Encontrarás pedras nos teus passos;
mantém-te vigilante, e afasta-as por ti mesmo! Nós te daremos a força
necessária, se quiseres empregá-la” (Ver ‘O Livro dos Médiuns’, cap. XXVI, nº
291).
Fonte:
‘O Evangelho Segundo o
Espiritismo’ – Allan Kardec
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