segunda-feira, 25 de junho de 2012

Influenciações Espirituais Sutis

Sempre que você experimenta um estado de espírito tendente ao derrotismo, perdurando há várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque, avente a hipótese de uma influenciação sutil.

Seja claro consigo para auxiliar os Mentores Espirituais a socorrer você. Essa é a verdadeira ocasião da humildade, da prece, do passe.

Dentre os fatores que mais revelam essa condição da alma, incluem-se:

— dificuldade de concentrar idéias em motivos otimistas;

— ausência de ambiente íntimo para elevar os sentimentos em oração ou concentrar-se em leitura edificante;

— indisposição inexplicável, tristeza sem razão aparente e pressentimentos de desastre imediato;

— aborrecimentos imanifestos por não encontrar semelhantes ou assuntos sobre quem ou o que descarregá-los;

— pessimismos sub-reptícios, irritações surdas, queixas, exageros de sensibilidade e aptidão a condenar quem não tem culpa;

— interpretação forçada de fatos e atitudes suas  ou dos outros, que você sabe não corresponder à realidade;

— hiperemotividade ou depressão raiando na iminência de pranto;

— ânsia de investir-se no papel de vítima ou de tomar uma posição absurda de automartírio;

— teimosia em não aceitar, para você mesmo, que haja influenciação espiritual consigo, mas, passados minutos ou horas do acontecimento, vêm-lhe a mudança de impulsos, o arrependimento, a recomposição do tom mental e, não raro, a constatação de que é tarde para desfazer o erro consumado.

São sempre acompanhamentos discretos e eventuais por parte do desencarnado e imperceptíveis ao encarnado pela finura do processo.

O Espírito responsável pode estar tão inconsciente de seus atos que os efeitos negativos se fazem sentir como se fossem desenvolvidos pela própria pessoa.

Quando o influenciador é consciente, a ocorrência é preparada com antecedência e meticulosidade, às vezes, dias e semanas antes do sorrateiro assalto, marcado para a oportunidade de encontro em perspectiva, conversação, recebimento de carta, clímax de negócio ou crise imprevista de serviço.

Não se sabe o que tem causado maior dano à Humanidade: se as obsessões espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar, ou se essas meio-obsessões de quase-obsidiados, despercebidas, contudo bem mais freqüentes, que minam as energias de uma só criatura incauta, mas influenciando o roteiro de legiões de outras.

Quantas desavenças, separações e fracassos não surgem assim?

Estude em sua existência se nessa última quinzena você não esteve em alguma circunstância com características de influenciação espiritual sutil.
Estude e ajude a você mesmo.

André Luiz -
De Estude e Viva
Emmanuel e André Luiz

domingo, 24 de junho de 2012

DOUTRINAÇÃO PARTE 2/4


A postura do doutrinador
Orgulhoso e inútil, e até mesmo prejudicial, será o doutrinador que se julgar capaz de doutrinar por si mesmo. Sua eficiência depende sempre de sua humildade, que lhe permite compreender a necessidade de ser auxiliado pelos Espíritos bons. O doutrinador que não compreende esse princípio precisa de doutrinação e esclarecimento para alijar de seu espírito a vaidade e a pretensão. Só pode realmente doutrinar Espíritos quem tiver amor e humildade.

 
Mas é importante não confundirmos humildade com atitudes piegas, com melosidade. Muitas vezes a doutrinação exige atitudes enérgicas, não ofensivas ou agressivas, mas firmes e imperiosas. É o momento em que o doutrinador, firmado em sua humildade natural – decorrente da consciência que tem das suas limitações humanas – trata o obsessor com autoridade moral, a única autoridade que podemos ter sobre os Espíritos inferiores. Esses Espíritos sentem a nossa autoridade e se submetem a ela, em virtude da força moral de que dispusermos. Essa autoridade só a conseguimos por meio de uma vivência digna no mundo, sendo sempre corretos em nossas intenções e em nossos atos, em todos os sentidos. As nossas falhas morais não combatidas, não controladas, diminuem a nossa autoridade sobre os obsessores. Isso nos mostra o que é a moral: poder espiritual que nasce da retidão do espírito. Não se trata da moral convencional, das regras da moral social, mas da moral individual, íntima e profunda, que realiza a integração espiritual do ser voltado para o bem e a verdade.

 
Mas essa integração não se consegue com sistemas ou processos artificiais, com reformas íntimas impostas de fora para dentro como geralmente se pensa. Existe a moral exógena, que nos é imposta de fora pelas conveniências da convivência humana. Essa moral exógena, pelo simples fato de se fundar em interesses imediatos do homem e não do ser é a casa construída na areia segundo a parábola evangélica. A moral de que necessitamos é endógena, vem de dentro para fora, brota da compreensão real e profunda no sentimento da vida. É a moral espontânea, determinada por uma consciência esclarecida que não se rende aos interesses imediatistas da vida social.

 
A doutrinação praticada com plena consciência desses princípios atinge o obsessor, o obsedado, os assistentes encarnados e desencarnados e particularmente o próprio doutrinador, que se doutrina doutrinando os outros. Note-se a importância e o alcance de uma doutrinação assim praticada. É ela a alavanca com que podemos deslocar a mente do charco de pensamentos e sentimentos inferiores, egoístas e maldosos em que se afundou. É, por isso mesmo, a alavanca com a qual podemos mover o mundo, como queria Arquimedes, para colocá-lo na órbita do Espírito. Podemos usar essa alavanca em todos os instantes: no silêncio da nossa mente, na atividade incessante do nosso pensamento, na conversação séria ou até mesmo fútil, nas relações com o próximo, nas discussões dos mais variados problemas, na exposição dos princípios doutrinários aos que desejam ouvir-nos, numa carta, num bilhete, numa saudação social – mas sempre com discrição, sem insistências perturbadoras, sem carranca e seriedade formal. O primeiro sintoma da nossa compreensão desse problema é a alegria que nos ilumina por dentro e se irradia ao nosso redor, contagiando os outros. Porque a vida é uma bênção e portanto é alegria e não tristeza, jovialidade e não carrancismo.

 
Do livro “Obsessão, o passe, a doutrinação”
J. Herculano Pires - Editora Paidéia

terça-feira, 19 de junho de 2012

A DOUTRINAÇÃO - PARTE 1/4



doutrinação é a moderna técnica espírita de afastar os Espíritos obsessores por meio do esclarecimento doutrinário. Essa técnica é moderna e foi criada e desenvolvida por Allan Kardec para substituir as práticas bárbaras do exorcismo, largamente usada na Antiguidade, tanto na medicina como nas religiões.

O conceito do doente mental como possessão demoníaca gerou a ideia de espancar o doente para retirar o demônio do seu corpo. Nos hospitais a cura se processava por meio de espancamentos diários. Nas religiões recorria-se a métodos de expulsão por meio de preces, objetos sagrados como crucifixos, relíquias, rosários e terços, medalhas, aspersão de água benta, ameaças e xingos, queima de incensos e outros ingredientes, pancadas e torturas. As formas de exorcismo mais conhecidas entre nós são a judaica e a católica, sendo a judaica a mais racional, pois nela se empregavam também o apelo à razão do Dibuk, considerado como Espírito demoníaco ou alma penada. A tradução da palavra hebraica Dibuk, que nos parece mais acertada, é a de alma penada, pois os judeus reconheciam e identificavam o Espírito obsessor como espírito humano de pessoa morta que se vingava do obsedado ou cobrava débitos dele e da família. No exorcismo católico prevaleceu até hoje a ideia de possessão demoníaca.

As pesquisas espíritas, do século XIX, levaram Kardec a instituir e praticar intensivamente a doutrinação como forma persuasiva de esclarecimento do obsessor e do obsedado, em sessões de desobsessão. Ambos necessitam de esclarecimento evangélico para superarem os conflitos do passado. Afastada a ideia terrorista do diabo, obsessor e obsedado são tratados com amor e compreensão, como criaturas humanas e não como algoz satânico e vítima inocente. A doutrinação espírita humanizou e cristianizou o tratamento das doenças mentais e psíquicas, influindo nos novos rumos que a medicina tomava nesse sentido.

Alguns espíritas atuais pretendem suprimir a doutrinação, alegando que esta é realizada com mais eficiência pelos Espíritos bons no plano espiritual. Essa é uma prova de ignorância generalizada da Doutrina no próprio meio espírita, pois nela tudo se define em termos de relação e evolução.

Os Espíritos sofredores, que são os obsessores, permanecem mais ligados à Terra e portanto à matéria. Dessa maneira, os Espíritos benevolentes muitas vezes se manifestam nas sessões de desobsessão e servem-se dos médiuns para poderem comunicar-se com os obsessores. Apegados à matéria e à vida terrena, os obsessores necessitam de sentir-se seguros no meio mediúnico, envolvidos nos fluidos e emanações ectoplásmicas da sessão, para poderem conversar de maneira proveitosa com os Espíritos esclarecedores. Basta esse fato, comum nas sessões bem orientadas, para mostrar que a doutrinação humana dos Espíritos desencarnados é uma necessidade.

Os planos espirituais são superpostos. A partir da Terra, constituem as chamadas esferas da tradição espiritualista européia, segundo o esquema daEscala Espírita (O Livro dos Espíritos) como regiões destinadas aos vários graus ou ordens dos Espíritos. Essas esferas ou planos espirituais são mundos que se elevam ao infinito. Quanto mais elevado o mundo, mais distanciado está do nosso mundo carnal. A doutrinação existe em todos os planos, mas o trabalho mais rude e pesado é o que se processa em nosso mundo, onde os Espíritos dos mundos imediatamente superiores vêm colaborar conosco, ajudar-nos e orientar-nos no trabalho doutrinário.

Do livro “Obsessão, o passe, a doutrinação”
J. Herculano Pires - Editora Paidéia
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...