Um estudante da
sabedoria, rogando ao seu instrutor lhe explicasse qual a melhor maneira de
livrar-se do mal, foi por ele conduzido a uma fonte que deslizava, calma e
cristalina, e, seguindo lhe o curso, observou.
- Veja o exemplo da
fonte, que auxilia a todos, sem perguntar, e que nunca se detém até alcançar a
grande comunhão com o oceano.
Junto dela crescem as
plantas de toda a sorte, e em suas águas dessedentam-se animais de todos os
tipos e feitios.
Enquanto caminhavam,
um pequeno atirou duas pedras a corrente e as águas as engoliram em silêncio,
prosseguindo para diante.
- Reparou? - disse o
mentor amigo - a fonte não se insurgiu contra as pedradas. Recebeu-as com
paciência e seguiu trabalhando.
Mais à frente, viram
grosso canal de esgoto arremessando detritos no corpo alvo das águas, mas a
corrente absorvia o lodo escuro, sem reclamações, e avançava sempre.
O professor comentou
para o aprendiz:
- A fonte não se
revolta contra a lama que lhe atiram a face. Recolhe-a sem gritos e
transforma-a em benefícios para a terra necessitada de adubo.
Adiante ainda,
notaram que, enquanto andorinhas se banhavam, lépidas, feios sapos penetravam
também a corrente e pareciam felizes em alegres mergulhos.
As águas amparavam a
todos sem a mínima queixa.
O bondoso mentor indicou
o lindo quadro ao discípulo e terminou:
- Assinalemos o
exemplo da fonte e aprenderemos a libertar-nos de qualquer cativeiro, porque,
em verdade, só aqueles que marcham para diante, com o trabalho que Deus lhes
confia, sem se ligarem às sugestões do mal, conseguem vencer dignamente na
vida, garantindo, em favor de todos, as alegrias do Bem Eterno.
Pelo Espírito Meimei.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro: Ideias e
Ilustrações. Lição nº 08. Página 38.