Adenauer Novaes
Muitas criaturas se ligam a outras por
impositivos da Lei de Causa e Efeito, que geralmente faz com que o credor se
una ao devedor de si mesmo. Nas dificuldades de relacionamento, costuma-se
evocar esse princípio como justificativa para as desavenças domésticas, porém,
deve-se estar atento para as imperfeições próprias de cada um e que não estão
relacionadas com o modo de ser do outro.
O casamento é portal de crescimento,
qualquer que seja o passado dos cônjuges. Ligar-se a alguém é sempre opção de
cada um, sem que signifique necessariamente anterior ligação cármica.
Quando o amor está presente numa
relação, ele é capaz de suplantar qualquer carma passado, desde que o indivíduo
não projete no outro suas próprias imperfeições.
O amor transcende a matéria da carne
renascendo a cada nova etapa da Vida do espírito. Os vínculos afetivos entre as
criaturas se fortalecem a cada encarnação, objetivando o amor puro e sincero.
Os vínculos que firmamos numa
encarnação não quebram aqueles que fizemos nas vidas anteriores. O verdadeiro
amor não se acaba nem diminui com a convivência do ser amado com outrem. Casar
com alguém não significa prender-se àquela pessoa nas encarnações futuras. Os
vínculos se fortalecem pelo amor, porém, podemos estar ligados a alguém se o
agredimos numa existência e ele não se equilibrou, necessitando novamente de
nossa presença em sua vida para o aprendizado mútuo.
Entregar-se ao comando do amor é
libertar-se dos atavismos que nos prendem ao sofrimento. Quem se deixa viver
pelo amor alcança a plenitude libertando-se de carmas passados, entendendo o
sofrimento como processo educativo salutar.
Transformar seu carma negativo em
positivo é colocar a energia do amor a serviço do Bem Maior. Só o amor pode
mobilizar e alterar o destino no sentido do crescimento espiritual.
O amor nunca se acaba. Por mais
inconsequentes sejam as atitudes do outro, o amor verdadeiro permanece,
desculpando e amparando o ser amado que momentaneamente desequilibrou-se.
Quando o amor já vem ferido de outras
vidas, costuma reaparecer nas uniões provacionais. Se você se encontra nessa
situação, verifique o que ainda não aprendeu com a nova união. É importante
fazê-lo antes que seja tarde, para sua felicidade.
As uniões ditas cármicas podem se
tornar uniões felizes desde que um dos cônjuges se disponha ao amor e a tornar
o outro feliz. Repense sua união a fim de não ter que retornar nas mesmas
circunstâncias.
Se você não mais deseja reencarnar na
companhia de determinada pessoa, não a agrida. Termine a relação sem gerar
carma negativo. Aprenda a conviver, como amigos.
Perceba que o amor de Deus coloca a
serviço do ser humano Sua misericórdia, para diminuir os efeitos das atitudes
negativas do passado, permitindo-lhe sua recuperação.
Não espere tempo algum para ajudar
alguém com seu amor, sob pretexto da necessidade de que haja sofrimento para o
progresso espiritual dele. Se possível, diminua aquele sofrimento. Aprende você
e aprende o outro.
Ninguém é dono da vida de ninguém. A
desencarnação promove a alforria necessária para muitos indivíduos que se
sentem presos na vida a alguém.
Liberte-se libertando o outro da posse
excessiva. Não se obrigue a vincular-se a alguém por pena ou piedade. Verifique
suas necessidades evolutivas e o bem que você poderá fazer ao outro lhe
permitindo sentir-se em igualdade de condições com seus semelhantes. Se a vida
o colocou ao lado de alguém que necessita de cuidados, faça-o com consciência
de seu papel e de sua responsabilidade.
O carma do filho deficiente coloca
frente a frente antigos amores e, às vezes, antigos desafetos. A mãe que se
dedica ao filho deficiente é duas vezes mãe, pois coloca acima de tudo o amor
pelo seu filho que é diferente dos outros.
Não guarde mágoa em seu coração. Não o
manche com a tinta negra do ódio. O verdadeiro amor não se magoa, pois
compreende a atitude do outro, própria de seu nível de evolução.
Jesus reencarnou sem carma para nos
ensinar, através de sua mensagem, como aprender com nossos equívocos do
passado.
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Dora Carvalho