domingo, 25 de novembro de 2012

EUTANÁSIA E ESPIRITISMO


 
Um homem agoniza, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que o seu estado é sem esperanças. É permitido poupar-lhe alguns instantes de agonia, abreviando-lhe o fim?

Mas quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode Ele conduzir um homem até a beira da sepultura, para, em seguida, retirá-lo, com o fim de fazê-lo examinar-se a si mesmo e modificar-lhe os pensamentos? A que extremos tenha chegado um moribundo, ninguém pode dizer com certeza que soou a sua hora final. A ciência, por acaso, nunca se enganou nas suas previsões?

Bem sei que há casos que se podem considerar, com razão, como desesperados. Mas se não há nenhuma esperança possível de um retorno definitivo à vida e à saúde, não há também inúmeros exemplos de que, no momento do último suspiro, o doente se reanima e recobra suas faculdades por alguns instantes? Pois bem: essa hora de graça que lhe é concedida, pode ser para ele da maior importância, pois ignorais as reflexões que o seu Espírito poderia ter feito nas convulsões da agonia, e quantos tormentos podem ser poupados por um súbito clarão de arrependimento.
O materialista, que só vê o corpo, não levando em conta a existência da alma, não pode compreender essas coisas. Mas o espírita, que sabe o que se passa além-túmulo, conhece o valor do último pensamento. Aliviai os últimos sofrimentos o mais que puderdes, mas guardai-vos de abreviar a vida, mesmo que seja apenas um minuto, porque esse minuto pode poupar muitas lágrimas no futuro.

SÃO LUIS

Paris, 1860


Texto retirado do “Evangelho Segundo o Espiritismo” – Allan Kardec (Cap. V – Bem Aventurados os Aflitos)

domingo, 18 de novembro de 2012

ESPÍRITOS FRÍVOLOS


Os Espíritos frívolos povoam o universo fora do corpo material, tanto quanto se encontram mergulhados na carne.
Desenvolvem as suas atividades sem qualquer grau de responsabilidade.
Enxameiam nas esferas da erraticidade dando prosseguimento ao programa ao qual se afeiçoam: ignorar as nobres leis da vida, permanecendo temporariamente imanados às reminiscências do organismo somático.
Comprazem-se nas futilidades, e correspondem aos ideais humanos de menor significação com os quais mantém comércio mental.
Os Espíritos frívolos são levianos, rápidos, inconstantes, instáveis e perturbadores.
Assumem compromissos vulgares e borboleteiam insensíveis, em torno de qualquer tarefa, para logo mudarem com ignorância a respeito da verdade, conforme antes viviam.
Não assumem postura digna, porque a sua é uma vida destituída de significado.
Estabelecem balbúrdia e desordem, porque primam pelo prazer da busca dos apegos pessoais.
De palavras melífluas, agrada-lhes estabelecer regimes de separativismo elogiando a si mesmos e combatendo os outros.
Estimulam os indivíduos a eles semelhantes nos valores negativos, exaltando as expressões do ego e trabalhando contra a sua transformação moral.
Os Espíritos frívolos dão espaço a estados graves no intercâmbio de natureza mediúnica, tendo em vista as mentes ociosas que lhes preferem a convivência constante.
Deles saem os grupos de mistificadores, de intrigantes, de perversos, fazendo parte da grande quantidade dos Espíritos inferiores que ainda se encontram nas expressões primárias do processo da evolução.
Sem consciência da sua realidade, os Espíritos frívolos são um grave perigo a todo nauta espiritual que se adentra pelo oceano da mediunidade nas atividades espíritas, quando, desequipado do conhecimento, da seriedade do dever, podendo ser-lhes vítima fácil.
Por isso, o Apóstolo João, com muita seriedade, advertiu: “Meus amados, não creiais em todos os Espíritos, mas antes vede se eles veem de Deus.”
 
(De “Suave luz nas sombras”, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito João Cléofas).
Enviada por: Wladimir Spinelli 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

PRECE DE GRATIDÃO


Senhor, muito obrigado, pelo que me deste, pelo que me dás!
Pelo ar, pelo pão, pela paz!
Muito obrigado, pela beleza que meus olhos veem no altar da natureza.
Olhos que contemplam o céu cor de anil, e se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil!
 
Pela minha faculdade de ver, pelos cegos eu quero interceder, por aqueles que vivem na escuridão e tropeçam na multidão, por eles eu oro e a Ti imploro comiseração, pois eu sei que depois dessa lida, numa outra vida, eles enxergarão!
 
Senhor, muito obrigado pelos ouvidos meus.
Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro, a melodia do vento nos ramos do salgueiro, a dor e as lágrimas que escorrem no rosto do mundo inteiro.
Ouvidos que ouvem a música do povo, que desce do morro na praça a cantar.
A melodia dos imortais que a gente ouve uma vez e não se esquece nunca mais.
Diante de minha capacidade de ouvir, pelos surdos eu te quero pedir, pois eu sei, que depois desta dor, no teu reino de amor, eles voltarão a ouvir!

Muito obrigado Senhor, pela minha voz!
Mas também pela voz que canta, que ensina, que consola.
Pela voz que com emoção, profere uma sentida oração!
Pela minha capacidade de falar, pelos mudos eu Te quero rogar, pois eu sei que depois desta dor, no teu reino de amor, eles também cantarão!

Muito obrigado Senhor, pelas minhas mãos, mas também pelas mãos que aram, que semeiam, que agasalham.
Mãos de caridade, de solidariedade. Mãos que apertam mãos.
Mãos de poesias, de cirurgias, de sinfonias, de psicografias, mãos que numa noite fria, cuida ou lava louça numa pia.
Mãos que a beira de uma sepultura, abraça alguém com ternura, num momento de amargura.
Mãos que no seio, agasalham o filho de um corpo alheio, sem receio.

E meus pés que me levam a caminhar, sem reclamar.
Porque eu vejo na Terra amputados, deformados, aleijados...e eu posso bailar!!...
Por eles eu oro, e a ti imploro, porque eu sei que depois dessa expiação, numa outra situação, eles também bailarão.

Por fim Senhor, muito obrigado pelo meu lar!
Pois é tão maravilhoso ter um lar...
Não importa se este lar é uma mansão, um ninho, uma casa no caminho, um bangalô, seja lá o que for!
O importante é que dentro dele exista a presença da harmonia e do amor!
O amor de mãe, de pai, de irmão, de uma companheira...
De alguém que nos dê a mão, nem que seja a presença de um cão, porque é tão doloroso viver na solidão!
Mas se eu ninguém tiver, nem um teto para me agasalhar, uma cama para eu deitar, um ombro para eu chorar, ou alguém para desabafar..., não reclamarei, não lastimarei, nem blasfemarei.

Porque eu tenho a Ti!
Então muito obrigado porque eu nasci!

E pelo teu amor, teu sacrifício, tua paixão por nós, Muito obrigado Senhor!

 


Autora: Amélia Rodrigues
Psicografia: Divaldo Franco
Enviado por: Alexandre Brito

 

domingo, 4 de novembro de 2012

NO CAMINHO DA PERFEIÇÃO

 
Recorda a sementeira de bênçãos na Terra, se desejas atingir a seara do aperfeiçoamento maior, na Espiritualidade Superior.
Não há edifício sem base, tanto quanto não existe realização sem esforço.
Lembra-te de que Jesus não nos pediu o impossível.
As lições do Divino Mestre permanecem vazadas nos quadros mais simples da natureza:
- Um grão de mostarda...
- Uma candeia sob o velador...
- Uma dracma perdida...
- Cinco pães e dois peixes...
Nas adjacências de um lago e através de barcos humildes, emoldurou, sem ouro e sem poder humano, a maior epopeia de amor universal que a Humanidade já presenciou no curso dos séculos.
Não te esqueças de que o serviço de aprimoramento deve começar nos aspectos mais insignificantes de nossa própria vida:
- Um sorriso em casa...
- Um favor espontâneo aos amigos...
- Um olhar de compreensão a quem sofre...
- Uma prece pelos adversários...
- Um gesto de fraternidade...
- O silencio diante da calúnia...
- O socorro mudo aos enfermos...
- A caridade de uma boa palavra em auxílio aos ausentes.
Não procures a perfeição pela virtude postiça.
Ninguém pode começar a construção de uma casa pelo telhado.
Somos seres humanos, encarnados e desencarnados, com as nossas raízes ainda presas a terra, mãe admirável de nosso desenvolvimento através dos milênios.
Não pretendas voar sem asas.

Entretanto, se ainda não somos anjos, podemos ser companheiros da bondade fiel.

Tanto quanto possível, começa hoje o ministério da boa vontade para com todos, a partir do teu santuário doméstico, e amanhã conseguirás abençoado equilíbrio em mais amplos degraus no caminho ascensional da evolução.

Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro Reconforto.
Ed. G.E.E.M.
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